Como montar um orçamento pessoal e organizar as finanças?
Segundo estudo realizado pelo Instituto Locomotiva em parceria com a Xpeed, 51% dos brasileiros se dizem insatisfeitos com sua situação financeira atual e 58% declaram que a falta de dinheiro impede a realização de coisas que consideram importantes para si.
Larissa Brioso, educadora financeira da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, explica que a falta de educação financeira é um agravante que distancia os brasileiros da organização do orçamento. Ainda de acordo com a pesquisa, poupar dinheiro é uma preocupação de 88% dos brasileiros, sendo que nem sempre isso se reflete em atitudes práticas.
Para mudar essa realidade e promover a organização financeira, Larissa Brioso indica a criação de um orçamento pessoal. "Dessa forma, você toma o controle do seu dinheiro, o que vai te permitir ter mais controle sobre seus ganhos e gastos, não passar aperto financeiro e ainda será possível se planejar para realizar planos com mais segurança e tranquilidade", explica.
Para começar a se organizar e montar um planejamento, Larissa dá as dicas:
• Registre e calcule todos os seus rendimentos
O primeiro passo da organização financeira é entender qual sua renda, para então analisar se seus hábitos estão ou não de acordo com a mesma. Para alcançar um equilíbrio, é necessário gastar menos do que ganha. Diante disso, é correto afirmar que são as receitas, ou seja, o quanto você ganha, que definem o seu poder de consumo. Por isso, seus gastos deverão estar de acordo com esta realidade. E quais valores entram na lista de receitas? Salário, prêmios em dinheiro, presentes em dinheiro, rendimentos com aluguel, rendimentos de aplicações financeiras, entre outros. Nesse sentido, é fundamental registrar qualquer receita que tenha recebido, seja ela fixa ou até mesmo uma renda extra. Registre numa planilha, num caderno, ou em aplicativos, como o próprio Mobills.
• Analise melhor o seu contracheque
Você sabe como funciona o seu recebimento de salário? Se você ainda não possui plena consciência a respeito disso, é importante analisar melhor o seu contracheque. Nele, é indicado, inicialmente, o seu salário bruto. Assim, se a sua remuneração é de R$ 5 mil, por exemplo, isso não significa que esse é o dinheiro que entrará efetivamente na sua conta. Por isso, é importante analisar os descontos, que podem ser contribuição sindical, convênio médico, INSS, alimentação, dentre outros. Para montar o orçamento é necessário considerar o salário líquido, aquele já considerando os descontos. Isso porque de nada adianta montar um planejamento baseado em uma quantia que não é real.
• Veja com calma cada um de seus gastos
Nessa etapa, é o momento de listar cada uma de suas despesas fixas e variáveis. Primeiramente, você deve registrar seus gastos fixos, aqueles que não costumam variar em um curto período de tempo. Nessa categoria, devemos enquadrar aluguéis, prestação do carro, academia, entre outros. Feito isso, é importante refletir bastante a respeito de gastos semi-variáveis, que são aqueles que variam, mas em baixo-nível de um mês para o outro (alimentação, conta de luz, telefone e água). Essas despesas, apesar de parecerem controláveis, podem pesar bastante no orçamento, pois normalmente estamos esperando um valor, e por algum descuido, esses valores podem ultrapassar o esperado.
Finalmente, mapeie suas despesas variáveis, os gastos que não necessariamente são comuns todos os meses, como roupas, calçados, presentes, viagens, por exemplo. Tente analisar também suas despesas e procurar por gastos "invisíveis", como pequenas despesas no dia a dia que consomem o seu dinheiro sem que você perceba (planos de assinatura, delivery muitas vezes na semana e plataformas de streaming).
• Defina um gasto mensal por categoria
Após avaliar suas rendas e despesas, é hora de definir um gasto mensal por categoria. Nesse sentido, é importante lembrar de separar uma quantia para investir e poupar. Portanto, crie categorias e defina quanto você pode gastar por semana e mês em cada uma delas. Dentre essas categorias, podemos citar:
• Alimentação;
• Lazer;
• Educação;
• Moradia;
• Vestimentas, e várias outras.
É claro que tudo dependerá da sua realidade e quem definirá quais categorias existirão no seu orçamento, é você.
• Confronte os valores orçados
Após criar o seu orçamento, é necessário registrar os valores, tanto de sua renda como despesas e comparar o quanto você previu que gastaria e quanto de fato gastou. Isso ajuda a entender quaisquer diferenças entre o valor estimado e o real. No entanto, não se preocupe se sua realidade não for exatamente como você planejou. Afinal, um orçamento é uma estratégia que deve ser modificada quando preciso e que ajudará a perceber imediatamente quando seus hábitos estiverem saindo dos eixos. Ao comparar quanto se gasta, com o valor recebido, você saberá exatamente qual a sua situação financeira e como melhorá-la.
• Acompanhe seu orçamento e corte gastos
Na última etapa do orçamento, você deve acompanhar constantemente tudo o que vem sendo feito e conforme sua situação estiver fugindo do planejado, é essencial traçar planos de ação. Assim, cortar gastos ou buscar novas opções de rendas alternativas, são boas formas de manter a sua realidade alinhada com o seu orçamento financeiro.
Da redação
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