Brasil tem 21,7 homicídios por 100 mil habitantes em 2024
O Brasil registrou média de 21,7 homicídios a cada 100 mil habitantes em 2022, conforme o Atlas a Violência 2024: Retrato dos Municípios Brasileiros, realizado pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Porém, se considerados os homicídios ocultos, a taxa sobe para 24,5. O relatório divulgado em junho destaca, em sua conclusão, que os entes municipais devem assumir o planejamento e a execução de ações preventivas para evitar a violência em seus territórios.
Entre as capitais, destaque para Florianópolis (SC), com a menor taxa: 8,9 homicídios por 100 mil habitantes. Aliás, Santa Catarina (9,7) é a única unidade federativa com índice abaixo de 10, e também é a que possui a menor proporção de policiais por habitantes. Isso mostra que não basta aumentar o policiamento, é preciso atuar em outras frentes, investindo em oportunidades de educação, lazer e trabalho, bem como na iluminação pública (IP) - que resulta em mais qualidade de vida e segurança.
Comparando-se as estatísticas oficiais de 2017 e 2022 (Atlas 2019 x 2024), verifica-se redução importante da taxa de homicídios em cidades como: Florianópolis - queda de 70%, Palhoça - queda de 61%, Joinville - redução de 57%, São José e Blumenau - menos 51%, em Santa Catarina, baixa de 40% em Ribeirão das Neves (MG) e de 38% em Porto Alegre (RS) (confira na tabela abaixo).
Como ponto comum, todos esses municípios vêm investindo na modernização de seus parques de IP nos últimos anos. Enquanto Florianópolis, Joinville, São José e Blumenau trabalham com contratos de gestão, ampliação e modernização da iluminação pública, a Parceria Público-Privada (PPP) foi a escolha feita por Porto Alegre (IP Sul), Palhoça (QLuz) e Ribeirão das Neves (IP Minas).
"Investir na modernização da iluminação pública resulta em vantagens significativas para cidadãos, turistas e empresários locais, ao oferecer maior conforto urbano, eficiência econômica e segurança pública, incentivando o uso dos espaços à noite, bem como as atividades ao ar livre", explica Júlio César Leal Júnior, gerente de Iluminação Pública. “Nessas cidades, mantemos manutenção efetiva e rápida, trabalhamos na expansão e também na modernização com uso de tecnologia LED [luz branca], que aumenta a percepção das cores para mais de 70%, contra os 20% entregues pelas lâmpadas comuns [luz amarela]. Ou seja, amplia a visibilidade à noite, facilitando a identificação de quem pratica atos criminosos, inibindo sua ação”, completa.
Outros estudos destacam a importância da iluminação pública
Na pesquisa "Percepções sobre segurança das mulheres nos deslocamentos pela cidade", realizada em 2021 pelos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, com apoio da ONU Mulheres e Uber, 66% das entrevistadas afirmaram que melhorar a iluminação pública é importante para aumentar a sensação de segurança no espaço público. A resposta veio para o questionamento sobre o que elas achavam que poderia ser feito para reduzir a insegurança nas ruas.
O levantamento também mostra que 68% das entrevistadas disseram ter muito medo de sair sozinhas à noite no bairro onde moram, 69% revelaram que já foram alvo de olhares insistentes e cantadas inconvenientes ao se deslocarem pela cidade, 35% já sofreram importunação/assédio sexual e 67% das mulheres negras relataram ter passado por situações de racismo quando estavam a pé.
Estudos internacionais fortalecem o uso da estratégia de investimento na iluminação pública para combater a violência. Pesquisas realizadas em Nova York demonstraram que ruas com iluminação pública extra tiveram redução de até 36% nos crimes noturnos. Já um trabalho publicado pela Campbell Collaboration aponta que a melhoria na iluminação pública pode reduzir, em média, 21% dos crimes cometidos nas áreas afetadas, com impacto significativo na redução de crimes contra o patrimônio e na melhoria da sensação de segurança.
Da redação
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