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App que mapeia desperdício de alimentos em hospitais é criado

O app FoodCarea foi criado pela startup beeIT. (Foto: André Leme)

Publicado em 26/07/2024

Especialista no desenvolvimento de soluções para Hotelaria Hospitalar, a startup beeIT criou o app FoodCare, que mapeia o desperdício de comida em hospitais e instituições de saúde. De forma pioneira no Brasil, o aplicativo já está em funcionamento desde fevereiro no Hospital Jaraguá, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. “Estamos tendo ótimos resultados com o mapeamento”, afirma o CEO da empresa, Sandro Pinheiro.

O executivo conta que o FoodCare foi criado após a equipe de desenvolvimento analisar pesquisas confiáveis da área, que mostram que um hospital tem, em média, um desperdício de alimentos que gira entre 25% a 30% de tudo que é produzido na cozinha.

Com o app esse percentual pode ser reduzido para 5%, 7%, a partir das informações coletadas no uso. “Quando desenvolvemos esse software, entendemos que havia uma demanda urgente e que, se atendida, poderia fazer uma diferença importante, a médio e longo prazo, no faturamento das instituições, na sociedade e no meio ambiente”.

Considerando os percentuais apontados nas pesquisas, um hospital que possui 115 leitos tem, aproximadamente, um prejuízo de R$ 360 mil por ano com o descarte dos restos e das refeições.

O CEO da beeIT, Sandro Pinheiro, explica que o aplicativo funciona a partir da interatividade do funcionário que recolhe a bandeja e das análises clínicas e restrições nutricionais dos pacientes. “No FoodCare, a pessoa que faz a retirada dos restos da refeição tem um papel fundamental, pois é ela que vai adicionar informações sobre o percentual consumido ou, até mesmo, o que não foi consumido”, informa, e completa: “Sempre haverá perdas, mas, com todos os dados obtidos, será possível ter números reais, criando ações personalizadas para uma gestão estratégica e eficiente”.

Outro ponto extremamente importante avaliado pelo executivo foi a questão da fome no Brasil. Segundo o Instituto Fome Zero, no 4º trimestre de 2023, 20 milhões de pessoas estavam em situação de insegurança alimentar grave – conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua 2022/2023 combinada com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017/2018. “É inadmissível que em um país onde parte da população sofra com a falta de comida haja tanto desperdício. É crucial considerar os impactos sociais que isso representa”, destaca.

As funcionalidades do FoodCare também podem ser utilizadas por acompanhantes que têm direito a refeição. Para os que não têm, haverá a possibilidade de comprar pelo aplicativo, não precisando se deslocar. “Será como um IFOOD na área da saúde, com entrega no quarto, o que é uma facilidade quando se está cuidando de alguém em recuperação”.

Para Sandro Pinheiro, criar soluções inteligentes para hospitais e instituições de saúde é mais do quem um negócio. É deles o desenvolvimento do Leithos, software que tem o objetivo de reduzir o tempo de procura por leitos hospitalares e, principalmente, salvar vidas – e que desde 2017 está implantado na Santa Casa de Porto Alegre. “Promover gestão estratégica e eficiente, com resultados para instituições de saúde e impacto social, é o nosso propósito. E estamos conseguindo alcançá-lo com excelência”, finaliza o CEO.

Pesquisas avaliadas

Entre as pesquisas avaliadas pela beeIT está a “Desperdício de Alimentos Intra-hospitalar”, realizada pela Scielo Brasil em 2006. O estudo foi realizado durante 14 dias na Unidade de Alimentação e Nutrição da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Seu objetivo foi analisar os restos de alimentos deixados pelos clientes / pacientes, estimar custos com produção e com os restos.

O resultado foi surpreendente: cerca de 30% das refeições servidas aos pacientes vão para descarte, sendo que 15% destas são bandejas que retornam intactas. Ou seja, dos 402kg de alimentos produzidos, 123kg retornaram, ou seja 31%.

Quando contabilizado por dieta, das 650 bandejas, 71 voltaram intactas. Considerando que o custo mensal daquele hospital com as refeições foi de US$ 25 mil, o prejuízo representou US$ 7,5 mil. “Em um ano, as perdas financeiras podem chegar a até US$ 300 mil em uma instituição de saúde com números semelhantes”, alerta Pinheiro, que completa: “E neste valor não estão sendo consideradas as despesas com o descarte correto deste tipo de resíduos que, muitas vezes, necessita de incineração”, conta Pinheiro.

 

 

Da redação

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