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Ansiedade é assunto mais buscado durante a pandemia

Foto: Reprodução/Internet

Publicado em 23/02/2022

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil tem o maior índice de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo. São quase 19 milhões de brasileiros diagnosticados, o que se intensificou durante a pandemia da covid-19. A percepção desse quadro entre os brasileiros está cada vez maior e a busca por esse tema no País lidera o ranking das pesquisas, representando 20,1%. É o que revela o “Report Anual da Saúde Mental dos Brasileiros”, relatório quantitativo detalhado com dados extraídos da plataforma Psicologia Viva, maior empresa de saúde mental da América Latina e integrante do Grupo Conexa, em parceria com a Eurofarma. 

Entre junho de 2020 e junho de 2021, foram avaliados mais de 84 mil registros distintos de pacientes, associados a aproximadamente 925 mil agendamentos de teleconsultas psicológicas. Além da ansiedade, que lidera as buscas dos pacientes na plataforma com 20,1% de procura, depressão (6,5%), desenvolvimento pessoal (4,93%), psicologia clínica (3,27%) e saúde mental (2,59%) entram no ranking dos 5 temas mais buscados entre todas as faixas etárias. 

Para Fabiano Carrijo, CEO Brasil da Psicologia Viva, esta pesquisa ajuda a entender os principais desafios de cada fase da vida, desde a infância até a terceira idade, e se torna um ponto de partida para que os psicólogos também possam dar uma orientação com ainda mais qualidade e direcionamento aos seus pacientes.  

De acordo com o relatório, as mulheres agendaram mais consultas na plataforma durante o período analisado. Entre os que optaram em informar o gênero (62,5%), 73,8% dos pacientes são do sexo feminino e 26,2% são do sexo masculino. Esses números refletem uma informação de conhecimento popular, de que a mulher, historicamente, busca se cuidar mais. “Ao notar que algo não está bem, seja relacionado à sua saúde física ou mesmo emocional, elas já procuram ajuda, ao contrário dos homens, que acabam relutando mais em buscar um apoio profissional”, comenta Luciene Bandeira, psicóloga e cofundadora da Psicologia Viva.  

Os jovens adultos são os que mais procuram por assistência psicológica on-line. Os da faixa etária entre 21 e 40 anos representam cerca de 40% dos agendamentos de teleconsultas no período, entre os que reportaram a idade. Sobre os temas mais buscados na plataforma por essa faixa de idade, a ansiedade ocupa o primeiro lugar, com 21,3% das pesquisas. Tanto homens quanto mulheres de 15 a 30 anos têm como segundo principal tema de busca o desenvolvimento pessoal, com 6,2% das buscas. Já dos 31 aos 45 anos, o segundo lugar é ocupado pelo tema depressão (6,0%). 

“Uma possível explicação para o desenvolvimento pessoal ser foco das buscas dos jovens talvez seja o ingresso no mercado de trabalho e as questões psicológicas que isso envolve. Já dos 31 ao 45, é preocupante avaliar que a depressão ocupa este lugar, o que pode sugerir uma relação com a Síndrome de Burnout (relacionada ao estresse gerado pelo trabalho excessivo), problemas financeiros ou de relacionamento”, explica Luciene. 

Crianças e adolescentes

Pais de crianças e adolescentes também se mostram preocupados com a saúde mental de seus filhos, buscando aconselhamento para esse público. Os meninos de 0 a 16 anos agendaram mais atendimentos psicológicos, equivalendo a 5,5% do total de agendamentos por pessoas do sexo masculino no período, em comparação com as meninas na mesma faixa etária (2,7% dos agendamentos por pessoas do sexo feminino). “A literatura especializada sugere algumas possíveis explicações para o caso. A prevalência de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) em meninos é de 14%, por exemplo, contra apenas 6,3% nas meninas. O autismo também é mais prevalente nos garotos, cerca de 4,3 vezes mais”, conta a psicóloga. 

É importante destacar que pessoas acima dos 80 anos, que geralmente não têm familiaridade com as novas tecnologias, representam 0,35% do total, aproximadamente dois mil agendamentos de consultas psicológicas on-line, o que não deixa de ser um número expressivo. Entre os temas mais buscados por homens e mulheres acima dos 60 anos está “acompanhamento psicológico de idosos” (22% mulheres e 18% homens), seguido de ansiedade e depressão. “É interessante notar que este público está em busca de ajuda através da tecnologia, pois é uma fase da vida em que muitos já perderam membros importantes da família, sentem os impactos da idade, ou podem se sentir sozinhos”, conclui Luciene. 

Para visualizar o relatório completo, acesse AQUI.

Da redação

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