3 dicas para proteger a saúde mental das crianças
O cuidado com a saúde mental pode ser um hábito adquirido desde a infância. Com o auxílio dos pais, é possível estabelecer uma relação que privilegia o bem-estar emocional dos pequenos. A psicóloga Alice Munguba, especialista em clínica psicanalítica infantil, ensina que é preciso conversar sobre o tema com as crianças, mas antes os pais devem se dar conta de uma coisa: as crianças são indivíduos pensantes.
“Pode parecer simples, mas há poucas décadas as falas das crianças eram desconsideradas, muitas vezes reprimidas ou desqualificadas. Tratar de saúde mental com a criança é, em primeiro lugar, dar existência à saúde mental dela. Por isso, na hora de conversar com a criança é preciso dar valor aos seus sentimentos e a tratar como o sujeito pensante. Este já é um modo de dar existência à saúde mental dos pequenos”, explica a psicóloga.
Ensinando as emoções
A profissional aponta que existem inúmeras situações em que a criança vai chorar, sentir medo, ter pressa, alegria, entre outros sentimentos. Os pais precisam ler essas emoções e, frequentemente, explicar o que elas estão sentindo para ajudá-las a lidar com essas sensações. Para Alice Munguba, o adulto que ignora o que a criança pensa e diz, perde a oportunidade de ajudá-la a entender seus próprios sentimentos nas ocasiões do dia a dia.
No entanto, a psicóloga faz uma ressalva: “Ouvir a criança e considerar suas emoções também não significa fazer tudo o que ela quer e se tornar refém das suas vontades. Ouvir e dar valor à sua fala significa que o adulto está dando uma dignidade de sujeito a esse ser humano que está se estruturando subjetivamente”.
A separou 3 dicas que ajudam a construir um ambiente seguro do ponto de vista da saúde mental infantil:
Dar valor aos sentimentos: a psicóloga reforça que cuidar da saúde mental dos pequenos é, em primeiro lugar, aceitar que a criança é um ser humano pensante e validar o que está sendo falado e sentido. Muitas vezes, a criança não sabe identificar o que está sentindo e, por isso, é importante que os pais estejam atentos para explicar e ajudá-las a lidar com as emoções do dia a dia - alegria, pressa, medo, frustração, entre outras.
Constância Emocional dos Pais: De acordo com a psicóloga, é importante manter a criança ciente que ela é amada pelos pais. “Quando os pais passam por problemas, é comum que tenham menos paciência ou tolerância. Contudo, há algo que deve permanecer estável na vida das crianças: o desejo dos pais em tê-las na sua vida apesar de qualquer circunstância. Quando a criança percebe que os pais não a suportam ou quando eles se acham um peso, isso causa um ambiente muito inseguro emocionalmente”, explica.
Tempo com os filhos: É importante que os pais tenham um tempo de qualidade com os filhos. Para a especialista, a atividade em si é o menos importante: “O que está em jogo é a qualidade da atenção que os adultos podem dar à criança enquanto estão brincando, jogando com ela. O quanto se importam e aproveitam estar na companhia dos filhos”, ressalta.
Quando pedir ajuda profissional
Em alguns casos, essa relação encontra desafios que estão além do entendimento dos pais. Nesses casos, existem psicólogos especializados em crianças que podem oferecer apoio ao desenvolvimento dos pequenos e respaldo às ações dos responsáveis. Assim como uma visita ao pediatra, a ida ao consultório do psicólogo pode acontecer em diferentes etapas, contudo, alguns sinais indicam alguma urgência.
“Quando a criança apresentar sintomas, sejam físicos ou comportamentais, como fobias, tiques, insônia, perda severa de apetite ou outros fatores que afetam as atividades do dia a dia, é importante buscar a ajuda de um psicólogo com especialização em clínica infantil ou com experiência no atendimento de crianças”, indica Alice Munguba.
Da redação
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