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Sinal de alerta
Desfiles confirmam a urgência de um consumo inovador e do respeito ao perfil diverso, que garante o aquecimento da economia

Reinaldo Lourenço foi se inspirar em Miami. Aliás, um destino que sabe conviver bem com a proposta da diferença (Crédito: Agência Fotosite)

Publicado em 29/04/2019

A moda tem um poder transformador fantástico! Não, não estou falando de roupa, mas de comportamento. A moda é, realmente, muito mais do que roupa. Reflete novos conceitos, novas atitudes. Leva – mesmo sem que se perceba – a outros questionamentos, a distintos posicionamentos. E sempre contando a história da humanidade.

Pois bem, estamos agora em momentos de aceitação da diversidade (antes tarde do que nunca!). E esta 47ª temporada de São Paulo Fashion Week nos fez pensar o diferente. Enquanto alguns se atém um pouco mais às decisões do mercado - porque a moda é a mola mestra de uma considerável parcela da economia de muitos países, do nosso também -, um grupo com o olhar direcionando à inovação convida a enxergar além da caixa. Isso quer dizer que é preciso prestar atenção em tudo que está à nossa volta. E em todos os que podem ser potenciais consumidores.

Com “narrativas que ecoam o desejo de mudar o mundo”, os desfiles desta edição de SPFW – Qual é a sua utopia? – questionaram a urgência de validação de um cenário mais humano, com respeito às transparências, à coletividade e ao engajamento. Mais do que construir looks, é preciso tirar as vendas. Ver todos como iguais, entender a importância da sustentabilidade, da compra mais consciente e do respeito ao outro e à sua individualidade.

Esta foi, especialmente, a mensagem das 36 marcas desta temporada oficial da moda brasileira, que mesclou nomes consagrados e jovens talentos, todos declamando a possível poesia. Nos seus 23 anos de história – 47 edições -, o São Paulo Fashion vem organizando a biografia da moda brasileira, o que o consagra como a maior plataforma de divulgação das nossas criações, também do design e da criatividade. E que, segundo os organizadores, é um dos mais completos exemplos de como a economia criativa pode ser usada como estratégia de desenvolvimento.