Por que perder peso rápido prejudica sua saúde
O corpo humano reage à privação extrema com aumento da fome e armazenamento de gordura
Dietas restritivas prometem resultados rápidos, mas estudos mostram que, na prática, elas raramente funcionam a longo prazo e podem causar impactos negativos à saúde física e mental. Para a nutricionista e pesquisadora Sophie Deram, “o problema não está na pessoa, mas na própria abordagem das dietas restritivas, que ignoram fatores biológicos, psicológicos e sociais que influenciam a alimentação.”
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a maioria das tentativas de perda de peso por dietas restritivas resulta em “reganho” do peso perdido nos anos seguintes. Estudos científicos apontam que 80% das pessoas que seguem dietas muito restritivas recuperam o peso em até cinco anos, muitas vezes com acréscimo de gordura corporal.
Segundo Sophie, o efeito sanfona (perda e ganho repetidos de peso) não é apenas frustrante, mas prejudica o metabolismo, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, resistência à insulina e diabetes e altera hormônios relacionados à saciedade e à fome. “Quando restringimos demais, nosso corpo ativa mecanismos de sobrevivência: diminui o gasto energético, aumenta a fome e prioriza armazenamento de gordura. A dieta se torna, literalmente, uma armadilha metabólica”, explica Sophie.
Um lugar único para cuidar melhor da sua saúde
Além dos efeitos biológicos, as restrições têm impacto profundo na saúde mental. Pesquisas em psicologia alimentar mostram que a privação intensa está associada a episódios de compulsão alimentar, ansiedade, culpa e baixa autoestima. “O ciclo de restrição e exagero cria um relacionamento problemático com a comida. As pessoas não precisam de mais regras e preocupações sobre alimentação; elas precisam tentar se reconectar com sinais naturais do corpo como a fome e saciedade”, afirma Sophie.
A nutricionista também enfatiza que abordagens baseadas em nutrição consciente, que valorizam prazer, variedade, equilíbrio e autoconsciência, oferecem resultados mais duradouros. “Quando ensinamos a escutar o próprio corpo e a respeitar suas necessidades, promovemos saúde física e emocional, e não apenas números na balança. Fazendo as pazes com o corpo e a comida, o peso saudável é consequência”, completa.
Especialistas alertam que a obesidade e o excesso de peso são condições multifatoriais, influenciadas por genética, ambiente, hábitos, sono e estresse, e não podem ser resolvidas apenas com restrição calórica extrema. Para Sophie, a chave está em substituir dietas punitivas por mudanças sustentáveis de comportamento: “É sobre aprender a comer de forma prazerosa e intencional, não sobre abrir mão de tudo que se gosta e viver de guerra contra o corpo.”
Da redação
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