Ansiolíticos e antidepressivos: os riscos da automedicação
Quase metade dos brasileiros se automedica pelo menos uma vez por mês
Segundo pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), quase metade dos brasileiros se automedica pelo menos uma vez por mês e 25% o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana. Ainda de acordo com o estudo, a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros.
“É uma cultura que precisa mudar. A população precisa adquirir a consciência de que remédios não são inofensivos e trazem riscos à saúde”, diz o psicólogo Filipe Colombini.
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Com a pandemia e o aumento dos casos de ansiedade e depressão, a automedicação com ansiolíticos e antidepressivos aumentou exponencialmente. Muitas vezes, a recomendação sobre o uso de determinados remédios vem de colegas, familiares ou mesmo de buscas na internet. “Antes de receitar medicamentos, o médico psiquiatra faz uma avaliação minuciosa, justamente para atender às necessidades e particularidades de cada paciente”, diz Filipe. “O uso indiscriminado de remédios, além de não tratar efetivamente os transtornos mentais, já que cada tratamento deve ser individualizado, ainda pode levar à dependência e crises de abstinência”, completa.
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Outra situação perigosa é quando a pessoa acha que a medicação não está sendo suficiente e passa a aumentar a dose e fazer uso de outros remédios em conjunto. “As interações medicamentosas podem levar a vômitos, perda da consciência e convulsões e, em alguns casos, até mesmo a óbito”, diz o especialista.
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Existe ainda o processo de “desmame” do medicamento, que acontece, por exemplo, quando o psiquiatra avalia que o remédio prescrito não está sendo eficaz, na presença de efeitos colaterais significativos ou, ainda, quando o profissional considera que já não há mais necessidade no uso da medicação. “Nestes casos, o psiquiatra faz recomendações importantes sobre a redução gradual do remédio, para evitar diversos efeitos adversos e prevenir o chamado “efeito rebote”, onde os sintomas do transtorno mental podem voltar de forma ampliada e mais agressiva”, alerta Colombini.
Da redação
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