Exposição 'Desalinhos' explora a tensão entre arquitetura e arte
Com início às 19h, a Galeria Berlin se transforma no cenário da inovadora exposição de Camila Saavedra

No dia 21 de março (sexta-feira), a Galeria Berlin inaugura a exposição DESALINHOS, da artista Camila Saavedra, com início às 19h. A mostra, composta por obras inéditas, tem como elemento central a linha, conforme explica a curadora Kamilla Nunes, que compartilha detalhes do processo criativo da artista:
"A linha, um elemento essencial tanto no desenho quanto na arquitetura, assume diferentes formas nesta exposição, ora estruturando, ora transbordando. Em Desalinhos, a artista — formada em arquitetura — explora o movimento da linha além de sua função organizadora, criando fissuras na rigidez do espaço sistematizado das obras. Suas pinturas, desenhos e esculturas desconstruem a precisão geométrica para revelar uma dinâmica de tensões entre figura e fundo, estrutura e gesto, equilíbrio e assimetria, controle e improviso, cheios e vazios, rigidez e fluidez, linearidade e dispersão.
Ao ultrapassar os limites formais, as composições de Camila Saavedra geram um contraste visual marcante, com um dinamismo que oscila entre a estabilidade da linha e a instabilidade do movimento, entre a construção meticulosa e a espontaneidade do traço. Os ‘desalinhos’ referem-se não apenas aos desvios, mas também a uma forma de perceber o mundo e a própria identidade. A linha, que normalmente organiza o espaço, se curva, interrompe, dispersa e preenche. E o espaço, muitas vezes projetado para conter algo, se expande, resiste e flui.
O corpo da artista também se inscreve nessas relações, traçando e sendo traçado, medindo e sendo medido, encontrando no movimento das formas um reflexo de sua presença no mundo. Ao desestabilizar as fronteiras formais, Desalinhos propõe uma reflexão sobre as convenções espaciais e nos convida a um olhar mais sensível sobre as sutilezas invisíveis que nos cercam, frequentemente percebidas como rígidas e definitivas, mas que, nesta exposição, se tornam fluidas e permeáveis, permitindo que o espaço se estique e se contraia.
Este jogo entre corpo e espaço nos faz repensar nossa percepção de sujeito, mundo e imagem. A exposição equilibra o rigor técnico da arquitetura com a liberdade expressiva da pintura, transformando cada obra em um campo de tensões, onde traços, gestos e cores buscam um equilíbrio efêmero. Desalinhos nos desafia a reconsiderar as convenções e celebra a inconstância, transformando a imprevisibilidade do espaço e do corpo em uma experiência sensorial, sempre em desvio, refletindo a própria fluidez do mundo contemporâneo."
Da redação
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