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O Carnaval brasileiro ficou ainda melhor com o Oscar! Foi de cima do trio elétrico ou arrastando blocos que artistas como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Pabllo Vittar e Alcione pararam suas apresentações para anunciar a conquista da estatueta pelo Brasil. Já o Pelourinho parou, em pleno domingo de Carnaval, para uma multidão assistir atentamente ao anúncio das categorias onde o filme brasileiro estava indicado. Nada diferente, a Sapucaí ferveu na avenida, nos camarotes e na arquibancada quando “Ainda Estou Aqui” foi consagrado o melhor filme internacional da edição 2025 do Oscar. Quem diria? Sim, o Brasil do Carnaval é também agora o país do cinema nacional!

“Nós vamos sorrir. Sorriam”, escreveu Fernanda Torres no seu Instagram logo após terminada a cerimônia que elevou o Brasil, a literatura e o cinema brasileiros a um novo patamar. E não é para menos. A frase, emblemática, é uma alusão à reação da sua personagem Eunice Paiva, quando orienta seus filhos a sorrirem para uma foto mesmo quando o editor da revista quer a imagem de uma família triste diante do desaparecimento do pai, Rubens Paiva. O fato é que a vitória do filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, com base na obra de Marcelo Rubens Paiva deu ao Brasil uma conquista inédita: um Oscar para o Brasil.

A vitória do Brasil na premiação foi tão amplamente comemorada porque nos tirou de um jejum sem fim, já que o país havia concorrido outras quatro vezes na categoria de Melhor Filme Internacional, mas sem sucesso. Uma das vezes, com o próprio Walter Salles e Fernanda Montenegro, em Central do Brasil, há 25 anos, além de O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996) e O que é isso companheiro? (1998).

E nessa noite histórica de ontem, chegou a vez de Walter Salles subir ao palco Dolby Theater, em Los Angeles, e receber o prêmio das mãos da atriz Penélope Cruz. “Obrigado em nome do cinema brasileiro, estou tão honrado em receber este prêmio em meio a um grupo extraordinário de cineastas”. E retomou o fôlego dizendo: “Este prêmio vai para uma mulher que, após uma perda sofrida diante de um regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir. O nome dela é Eunice Paiva. E dedico também às duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.

Salles, visivelmente emocionado, ainda disse que “queria falar em português e dizer que esse prêmio é pro cinema brasileiro, é para a cultura brasileira e para a literatura brasileira, que é representada pelo livro do Marcelo Rubens Paiva. Queria dizer que esse prêmio é para a música brasileira, através de Caetano Veloso e Gal Costa É um prêmio para todo talento na frente e por trás das câmeras", terminou amplamente aplaudido.

O filme brasileiro também estava na disputa nas categorias de melhor filme e melhor atriz, com Fernanda Torres, mas acabou superado em ambas pela onda “Anora”, o grande vencedor da noite ao levar cinco estatuetas para casa: melhor filme, atriz (para Mikey Madison), roteiro original, montagem e direção. Produtor, roteirista, diretor e montador, Sean Baker se tornou a primeira pessoa a conquistar quatro estatuetas por um mesmo filme.

Nas redes, os brasileiros manifestaram fortemente sua indignação pelo fato de Fernanda Torres, e mesmo Demi Moore, terem perdido a estatueta para a novata Mikey Madison, de apenas 25 anos. Mas a atriz brasileira e o diretor Walter Salles fizeram questão de deixar claro que não lamentariam o resultado. Foram os primeiros a cumprimentar pessoalmente a jovem atriz, ainda na cerimônia. Apesar de não ser possível ouvir a conversa, a dupla compartilhou um momento carinhoso e viralizou a foto dos três juntos nas redes sociais.

E o Carnaval no Brasil, brevemente interrompido pela cerimônia do Oscar, volta à sua programação original. Mas o samba, suor e cerveja ganharam um orgulho ainda maior de serem brasileiros! Sorriam!

Por Karin Verzbickas, para o Imagem da IIha

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