Denise Evangelista Vieira une psicologia e arte em busca de cura
A psicóloga, artista e nova colunista do Imagem da Ilha compartilha experiências de vida e reflexões sobre o impacto do contexto social
Denise Evangelista Vieira começou sua trajetória acadêmica em um período histórico de mudanças significativas. Ao ingressar no curso de Psicologia no fim da ditadura, a realidade era marcada por uma busca por liberdade. Denise recorda que, mesmo em um cenário de liberdade aparente, havia um medo constante que pairava no ar. Cada pensamento expresso era vigiado, refletindo uma tensão social que, segundo ela, plantou as sementes de futuras violências. A crise educacional e os desafios sociais exigiam uma nova abordagem na psicologia, que deveria promover saúde e não apenas curar doenças. Para ela, o contexto atual, com um aumento alarmante de depressão e ansiedade, reforça a necessidade de políticas públicas que busquem reduzir desigualdades.
A paixão pelo teatro surgiu como um alicerce em sua vida. Enquanto estudava Psicologia, Denise descobriu a alegria e o prazer que a atuação lhe proporcionava. Ela começou a fazer teatro de forma paralela aos estudos e, com o tempo, decidiu se dedicar integralmente à arte, abandonando a Psicologia para se formar em Teatro na Udesc. Essa transição a levou a um caminho de aprendizado contínuo, tanto no campo das artes quanto no da psicologia.
Após um período afastada, Denise retornou à Psicologia trazendo consigo a bagagem do teatro. Para ela, ambas as áreas compartilham um interesse profundo pelo ser humano e suas relações. A experiência no teatro enriqueceu sua compreensão dos “textos” e “subtextos” dos pacientes, permitindo uma escuta mais empática.
Sua experiência como professora e psicoterapeuta trouxe desafios distintos. No ambiente escolar, Denise enfrentou uma geração marcada pela ausência de limites. Ela buscou impor regras firmes enquanto valorizava a individualidade de cada aluno. Na universidade, o ambiente artístico estimulava a criatividade e a pesquisa, permitindo que Denise explorasse a história e as relações por trás das personagens. Já como psicoterapeuta, o diálogo se tornava o principal instrumento, onde a segurança e a confiança eram essenciais para o desenvolvimento do autoconhecimento do paciente.
Trabalhando com jovens em conflito com a lei no Centro Cultural Escrava Anastácia, Denise viu a necessidade de compreender o contexto social e cultural em que esses indivíduos estavam inseridos. Sua formação em Psicologia e Teatro a permitiu olhar para estes indivíduos de forma abrangente, considerando não apenas suas histórias, mas também as relações que os moldaram.
A escrita, por sua vez, tornou-se uma necessidade vital e terapêutica. Denise lançou um livro de poemas e participou de antologias, usando a palavra escrita como um meio de transformar experiências em arte. Para ela, a escrita é uma forma de expressão que integra emoção e razão.
A relação de Denise com a arte vai além do teatro e da escrita. A música e a natureza também desempenham um papel fundamental em sua vida. A música é vista por ela como uma poderosa forma de expressão que toca camadas profundas da alma. Já a natureza, com sua beleza grandiosa e delicada, é um convite à contemplação e à sensibilidade.
Como nova colunista do Imagem da Ilha, Denise se vê diante de um desafio interessante. Ela pretende explorar temas como a Ecopsicologia, buscando diálogos que envolvam os leitores. Sua trajetória demonstra que a arte e a psicologia podem se entrelaçar, oferecendo um olhar mais humano e sensível às questões contemporâneas.
Da redação
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