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Artista plástico de Florianópolis se rende aos encantos da aquarela

Fotos: Arquivo pessoal

Publicado em 23/04/2021

Que a pandemia abalou o mundo ninguém discorda. Todos os setores possíveis sofreram e ainda sofrem com as mudanças estruturais, nas questões sociais, econômicas e na vida de cada habitante do planeta. O empobrecimento, a falta de opções de trabalho e a necessidade de se reinventar.

No caso do setor artístico não foi diferente. Para exemplificar, o que aconteceu comigo no ano passado. Aposentado, reforçava o caixa trabalhando em feiras de rua com customização de roupas, pintura em tecido, aqui mesmo em Florianópolis.

Paralelamente, também pintava telas, desenhava e desenvolvia artes em murais, etc. Em dezembro de 2019, fui acompanhar minha esposa no doutorado dela em Barcelona, Espanha. Empolgado, procurei fazer feiras com roupas que comprei lá e customizei. Participei de uma das grandes feiras locais (são muitas) e, quando me preparava para uma segunda feira, veio a pandemia, e o lockdown radical, que durou 75 dias e me impediu de sair até do portão de casa.

Pensei: não posso sair pra comprar roupas de segunda mão para pintar nem posso fazer telas novas. Mas como ficar em casa ocioso e entediado: "vim para uma cidade culturalmente fantástica e não posso fazer nada". Como tinha bastante tempo, uma certa quantidade de papel e tinta, e mais a necessidade de manter a cabeça funcionando, decidi desenvolver a técnica da aquarela e acabei estudando e criando aquarelas surpreendentes, uma coisa que nunca tinha realizado antes. Misturei com o tradicional bico de pena que já dominava antes e o tempo passou tranquilo.

Voltei para Florianópolis em agosto de 2020, após viajar por toda a Espanha durante a desescalada, o que me permitiu curtir muitos museus e admirar arte por toda a parte. Momentos incríveis e inesquecíveis.

Resultado dessa reviravolta: me apaixonei pela aquarela e continuei pintando por aqui. Hoje estou conseguindo vender uma boa quantidade de trabalhos, ao mesmo tempo em que ainda comercializo as roupas que trouxe de Barcelona e que pintei lá.

Enfim, a pandemia me ensinou muitas coisas além da resiliência. A resistência pela arte e que nunca será tarde para novos desafios.


Texto escrito por Nelson Baibich, 68 anos, natural de Porto Alegre (RS), mas que mora há mais de 30 anos em Floripa. Artista plástico, aposentado, ex-publicitário, ex-jornalista e ex-professor universitário de Jornalismo e Publicidade.


As encomendas de telas, aquarelas e pintura em roupas (customização) podem ser feitas pelo Facebook: Nelson Baibich, Instagram @_ artemtudo ou por telefone/WhatsApp: (48) 99971-8693.