História submersa de Epecuén marca o projeto de Simões
A arte e a história se conectam no projeto que homenageia a cidade argentina
Uma das tendências do décor é o planejamento dos ambientes a partir de obras de arte e objetos que contam uma história. E foi com base nessa ideia que o arquiteto Leonardo Simões fez sua estreia em CASACOR, com o espaço Pertencimento, uma sala de estar na mostra de Florianópolis. O evento ficou em cartaz até domingo, 24, no antigo Hotel Maria do Mar.
O espaço Pertencimento foi inspirado na história de Villa Epecuén, na Argentina. Esta cidade ficou submersa por 20 anos após o rompimento de uma barragem, e seus habitantes foram forçados a abandonar suas casas. “A ideia de pertencimento aqui reflete o sentimento de fazer parte de algo maior — seja um grupo, uma comunidade ou uma família —, sendo valorizado e acolhido”, conta o arquiteto.
Na narrativa, o sentimento de pertencimento foi interrompido na vida dos moradores de Epecuén, que puderam retornar ao lar apenas 25 anos depois, quando as águas finalmente recuaram. “O projeto reflete essa história: o teto representa a água, as paredes sugerem as ruínas, e uma paleta neutra com detalhes em madeira e iluminação acolhedora cria um espaço para relaxamento e reflexão. A ideia é que os visitantes possam se conectar com essa experiência dos moradores por meio dos objetos e quadros”, diz Simões.
“Cartografia do Ausente”
Para ilustrar a história, o profissional convidou a artista Amanda Loch, que realizou a mostra “Cartografia do Ausente” criando e inspirando-se nos objetos perdidos na cidade submersa. Ela considera-se uma colecionadora de memórias perdidas e tem interesse em recolher, juntar e refletir sobre o descarte de imagens, objetos, sucatas e fragmentos da natureza. Seu processo de criação se articula no diálogo que estabelece entre suas fotografias e a sobrevida de restos de experiências suas e alheias, que guarda dos seus garimpos em acervos familiares, ferros-velhos, sebos, viagens etc.
O trabalho da artista permeia o ambiente Pertencimento. “Sua pesquisa poética acontece na sobreposição entre a representação fotográfica da Villa Epecuén, a cerca de 500 km de Buenos Aires, e elementos esquecidos no mundo. As imagens da cidade que ficou submersa por 20 anos em decorrência de um rompimento de barragem, ganham o afeto da experiência e do olhar da autora, e intensificam-se como linguagem quando incorporados a elementos que carregam outras reminiscências. E quando encontra o nosso olhar, ‘Cartografia do Ausente’ nos convida a consultar nossas próprias recordações”, afirma Lucila Horn, curadora da mostra.
Da redação
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