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Pode parecer distópico, mas a tendência é de que as cidades sejam cada vez mais verdes por consequência de um comportamento social. As pessoas estão investindo em áreas que trazem mais qualidade de vida pelo simples fato de estas serem mais próximas da natureza. De acordo com a arquiteta e paisagista Ana Trevisan, muitas cidades do mundo todo e também do Brasil já têm projetos para aumentar os espaços verdes de convivência, porque a ideia é que o passeio fique mais agradável na sombra de árvores integrando com paisagem local. 

Ainda segundo a profissional, essa tendência mundial reforça a máxima de que o paisagismo vai muito além da beleza e se preocupa, muito inclusive, com a funcionalidade e a qualidade de vida das pessoas e do espaço em que está inserido. “A importância do projeto paisagístico está justamente no fato de termos a natureza como forma de ativação do nosso ecossistema, pois não estamos sozinhos nesse mundo, né?!”, observa. 

Experiência no paisagismo

No mercado da arquitetura paisagística há quase 20 anos, Ana reforça que o Brasil tem uma veia importantíssima no paisagismo, com o internacionalmente conhecido  Roberto Burle Marx.  Assim, ela e a equipe do escritório Ana Trevisan | Espaços Vivos trabalham para entregar ambientes conectados com a natureza que, para além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, criem memórias e resgatem as identidades de quem mora ou passa pelo local. 

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A profissional lembra da diferença em realizar o planejamento paisagístico junto com o arquitetônico. Apenas assim, é possível prever o que, de fato, será necessário para estas áreas e ter orçamentos mais condizentes com a realidade de cada espaço. “Em um mundo onde a preocupação com o ambiente é crescente, ter atitudes sustentáveis tornou-se questão de sobrevivência”, reflete Ana. Um exemplo são os edifícios comerciais que recebem diferentes estilos de pessoas e precisam pensar no impacto ambiental que causam, bem como garantir espaços agradáveis de convivência.  

“É relevante destacar que quando falamos em paisagismo, estamos nos referindo, também, a plantas que têm um tempo de maturação e de adaptação aos espaços em que são colocadas”, diz a paisagista. Ela explica que alguns projetos arquitetônicos levam anos para saírem do papel. Mesmo quando o projeto paisagístico já está previsto, ele será o último a ser implantado e é preciso considerar o tempo da natureza para seu desenvolvimento, para que fique como foi planejado e sonhado. 

Manutenção dos espaços

Outro ponto importante do projeto paisagístico é considerar a manutenção. Conforme Ana, ao optar por fazer uma área externa planejada, as pessoas precisam estar cientes de que se elas mesmas não forem cuidar desse lugar, precisarão investir para que alguém faça esse papel. “A área externa é a primeira impressão do espaço então, sim, precisa ser bonita, mas acima de tudo tem que funcionar para quem vai frequentar o local, precisa trazer esse momento de conexão e relaxamento e, como tudo na vida requer cuidados e manutenção”, conclui.   

Da redação

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