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O famoso equilíbrio entre vida profissional e pessoal é possível? O especialista em alta performance, Flávio Sanches, afirma que não é possível ter um equilíbrio real. “A balança da vida pessoal e profissional está sempre em desequilíbrio”, pondera. 

“Não existe equilíbrio pleno e consistente. Um dos dois lados está sempre maior, com maior atenção e maior foco. Nós crescemos, nascemos, estudamos, nos profissionalizamos, em busca de ter um conforto, de ter uma vida profissional de sermos reconhecidos monetariamente pelo que a gente faz, para pagar as nossas contas, comprar os nossos carros, os nossos casas, dar segurança à nossa família”, afirma. 

De acordo com o profissional, o grande problema é quando não percebemos qual é o preço que estamos pagando dentro desse desequilíbrio. “O nível de atenção dada ao trabalho ou à vida pessoal acaba desgastando aquele que não ganha tanta atenção. Em vários momentos da nossa vida, principalmente no início da nossa carreira profissional, nós trabalhamos muito. Acabamos saindo de casa às cinco horas da manhã e voltando à meia-noite, todos os dias, por exemplo. Isso é um preço. Nós nos abandonamos um pouco, deixamos de lado a nossa vida pessoal e está tudo bem, porque nós precisamos passar por momentos de desequilíbrio”. Sendo assim, o profissional explica que o desequilíbrio é normal e inevitável em algumas fases da vida.

O perigo está quando os anos passam e a balança continua pendente para um lado só e não dá mais tempo para fazer os ajustes necessários para o equilíbrio entre as duas partes. Eis um exemplo disso: "Nós casamos, temos um alto nível de atenção. Dentro de determinado tempo voltamos para nossa vida profissional. As contas aumentam. Os valores aumentam, as taxas sobem, a inflação aumenta, todos os custos aumentam e a gente cada vez mais focado no profissional. E o que acontece? Em algum momento quando percebemos que deixamos a vida pessoal muito de lado, talvez já tenha passado o momento do ajuste”, reforça.

De acordo com  Flávio, é por causa disso que hoje em dia existem tantos níveis de divórcio, tantos filhos que não se conectam com os pais, tantos irmãos que não conversam mais entre si. “Porque depois de perceber essa dissonância talvez não dê mais tempo de retomar os relacionamentos. Quantas vezes nós ouvimos da noite para o dia que um casamento de dez anos foi encerrado. Só que não foi da noite para o dia, e, sim, durante anos”, exemplifica. 

Por isso, é preciso ter consciência de que na jornada da vida é preciso sempre buscar esse equilíbrio: “Ou você toma consciência e responsabilidade sobre a sua própria vida ou a vida vai escolher pra você. E talvez você não goste dos resultados”, finaliza.

Da redação