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SC une forças para socorrer RS em enchente histórica

A missão por terras gaúchas foi cumprida por inúmeros heróis anônimos que levaram o nome de Santa Catarina com orgulho e empatia. (Foto: Ricardo Wolffenbüttel/SECOM)

Publicado em 29/07/2024

A última semana foi marcada pelo retorno das últimas equipes de policiais militares de Santa Catarina que ainda atuavam em solo gaúcho. Desde a primeira semana de maio, quando o Rio Grande do Sul foi atingido por fortes chuvas que causaram uma catástrofe histórica, Santa Catarina abriu várias frentes de auxílio. 

O trabalho das equipes de Segurança rendeu o salvamento de 3.916 pessoas e 667 animais. Parte desses números, foi resultado da ação da Polícia Militar de Santa Catarina, que encerrou a missão por lá, nesta segunda-feira, 22. Durante a operação, a PMSC desempenhou ainda um papel importante na preservação da ordem pública. A ação contou com a participação de 249 policiais militares, que utilizaram 11 embarcações, 61 viaturas 4×4, cinco aeronaves e seis veículos como caminhões, vans e micro-ônibus. O efetivo complementar foi essencial para apoiar as operações já em andamento no Rio Grande do Sul desde o início das chuvas.

Quem também contribuiu para o número de salvamento foi o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), que esteve em solo gaúcho durante 75 dias. A operação mobilizou 165 bombeiros militares e 28 cães de busca, além de 54 viaturas, 40 embarcações, 19 motores de popa, dois caminhões, uma mini escavadeira e um quadriciclo. As primeiras equipes a serem mobilizadas foram deslocadas para os municípios de Lajeado, estendendo-se para Cruzeiro do Sul, na região do Vale do Taquari e para a Grande Porto Alegre.

O trabalho do CBMSC foi além dos resgates e firmou parceria com a Secretaria de Estado da Saúde. Por meio do serviço aeromédico, em conjunto com o Samu Aeromédico (SES/SAMU) e com o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc), foram transportadas 1.400 bolsas de sangue e medula óssea. Foram dois voos, um saindo de Florianópolis e outro de Joaçaba. Outra ação fundamental foi o transporte aeromédico de pacientes, medicamentos, materiais e insumos, além de toda a corrente de doação de sangue organizada pela Secretaria da Saúde e que a população catarinense abraçou a causa e compareceu aos postos para doar.

E a missão por terras gaúchas foi cumprida por inúmeros heróis anônimos que levaram o nome de Santa Catarina com orgulho e empatia. Um deles foi o sargento Barbosa, que tem mais de 30 anos de trabalho no CBMSC. Ele atuou no resgate de pessoas e animais em Matias Velho, bairro da cidade de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre.

“É uma honra porque a gente veste a nossa camiseta do bombeiro. E é uma honra representar e dizer que Santa Catarina está com o efetivo pronto para qualquer emergência”, disse o militar.

As polícias Civil, Científica e a Secretaria da Administração Prisional também colaboraram para amenizar as perdas e o sofrimento do Rio Grande do Sul. A PCSC enviou 161 policiais, sendo 152 policiais civis – entre psicólogos, escrivães; agentes de polícia e delegados e outros nove policiais deram apoio para as equipes que estavam lá no RS. Foram usadas 45 viaturas e uma aeronave para patrulhamento de áreas alagadas, resgates e ajuda humanitária.

As equipes da Polícia Científica foram mobilizadas a partir de três cidades, Florianópolis, Joinville e Chapecó, para atuação na região do Vale do Taquari, especificamente no Posto de Medicina Legal (PML) de Lajeado e PML de Santa Cruz do Sul no Rio Grande do Sul. Foram disponibilizadas quatro viaturas empenhadas e oito servidores.

Já a Secretaria da Administração Prisional e Socioeducativa ajudou o Rio Grande do Sul com 52 Policiais Penais e 10 viaturas, dando suporte aos policiais penais gaúchos.

O governador Jorginho Mello determinou de imediato que os órgãos estaduais prestassem todo do socorro necessário ao estado vizinho. Foram mobilizadas Forças de Segurança, com as polícias Militar, Civil, Científica e Corpo de Bombeiros, Secretaria da Administração Prisional, além da Defesa Civil. Também saíram em socorro as secretarias da Saúde, Assistência Social, as companhias de abastecimento de serviços essenciais como Casan, Celesc, SCGÁS, além da Ceasa.

“Santa Catarina foi o primeiro estado a socorrer o Rio Grande do Sul, que é nosso vizinho de porta. A proximidade nos deu essa possibilidade e desde o primeiro momento recebi pedidos do governador Eduardo Leite e determinei que nossas forças de segurança e Defesa Civil dessem todo o suporte aos nossos irmãos gaúchos. Fizemos um trabalho que nos encheu de orgulho também com as companhias de abastecimento, a Assistência Social acolhendo quem precisou vir para cá e a Saúde com nosso transporte de pacientes e bolsas de sangue. Foi um período muito duro para eles, mas que Santa Catarina pode estender a mão. Agora é a reconstrução e também vamos ajudar no que precisarem”, revelou o governador Jorginho Mello.

Defesa Civil

A Secretaria da Proteção e Defesa Civil atuou em três frentes durante todo processo de assistência ao Rio Grande do Sul: auxílio a operações, assistência humanitária e auxílio ao comando de operações. Foram enviados profissionais e uma unidade de comando ao estado vizinho. Na operação de assistência humanitária, os profissionais da Defesa Civil fizeram o trabalho de orientação na coleta e o transporte de itens essenciais para as áreas afetadas. Desde o início das operações foram enviados ao Rio Grande do Sul 2.090 toneladas de donativos.

Assistência Social

A Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família (SAS), por meio dos municípios, especialmente os que fazem divisa com o Rio Grande do Sul, recebeu e acolheu os refugiados climáticos após as enchentes que devastaram o estado vizinho. O trabalho incluiu a orientação sobre o acesso aos benefícios da Assistência Social, como aluguel social, cesta básica, entre outros. Além de parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) para encaminhar os gaúchos que chegam nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) para o mercado de trabalho. O encaminhamento foi feito com a plataforma Emprego Já.

Em outra frente a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) adotou 10 escritórios da Emater-RS, empresa gaúcha que tem atribuições parecidas com a catarinense. A iniciativa arrecadou móveis e equipamentos para reconstruir as sedes físicas de 10 municípios.

Logística

O Governo de Santa Catarina e a Latam também estabeleceram uma parceria para contribuir com a logística de doações destinadas ao Rio Grande do Sul. As Secretarias de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF) e de Proteção de Defesa Civil atuaram diretamente com a empresa aérea que mantém o programa Avião Solidário. O objetivo foi fazer com que os donativos que vieram da região central do Brasil fossem transportados até os Aeroportos de Florianópolis e Jaguaruna e depois seguissem por via terrestre até o estado vizinho.

Abastecimento

Água

A solidariedade também chegou aos serviços essenciais do Rio Grande do Sul. A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) esteve presente com o envio de uma equipe de eletromecânica de Criciúma para Canoas, no dia 5 de maio. Os funcionários levaram um equipamento de motobomba e mais três bombas de dragagem para reativar a Estação de Tratamento de Água, alagada pelas cheias. A Companhia também enviou 152 mil litros de água em caminhões pipa. Mas a ação mais duradoura da Casan em solo gaúcho aconteceu na retomada da atividade da Estação de Bombeamento de Água Bruta Moinhos de Vento, em Porto Alegre. A Estação enviava água para o tratamento e colaborava diretamente com o abastecimento de 150 mil pessoas, incluindo o Centro Histórico e cinco hospitais. Com as enchentes, motores foram danificados e a Estação foi alagada. Graças ao apoio de seis colaboradores e dois caminhões munck, a área foi drenada, equipamentos foram consertados e dois novos motores levados e instalados para recuperar a vazão de água do local.

Luz

A Celesc também esteve presente com mais de 60 profissionais para auxiliar na recomposição do sistema elétrico do Rio Grande do Sul, que foi gravemente afetado pelas enchentes. Foram 10 caminhões e 50 eletricistas, além de técnicos, pessoal de apoio logístico e engenheiros. Eles atuaram em diferentes regiões respondendo por mais de 60 serviços de campo em 35 comunidades, pela instalação de 57 novos postes, a reimplantação de outros dez e a construção de uma nova rede totalmente reconfigurada, com a colocação de mais de 22 km de cabos. Além disso houve atividades de restabelecimento da energia em regiões de enchente, com a recomposição de alimentadores e a reenergização de transformadores, além do atendimento de emergências, como cabos partidos, por exemplo.

Na última semana de atuação, a Celesc ampliou ainda mais a sua ajuda ao Rio Grande do Sul. Por meio de uma solução tecnológica, as equipes catarinenses em território gaúcho conseguiram otimizar tempo e recursos. Os técnicos da Celesc têm usado o software Kaffa Espresso para importar informações georreferenciadas sobre os municípios gaúchos afetados pelas cheias e deslizamentos. O software já é usado em nossa área de concessão, mas precisou de ajustes para ser utilizado também no RS.

Gás

O conjunto de ações de ajuda do Governo de Santa Catarina ao Rio Grande do Sul também contou com a SCGÁS. O órgão ofereceu apoio para a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), mobilizando técnicos, veículos e equipamentos essenciais para ajudar na recuperação das áreas afetadas. As iniciativas incluíram assistência operacional e logística para permitir a inspeção de equipamentos e religação de consumidores impactados. A companhia disponibilizou um volume de 100.000 m³/dia de gás natural através de manobras para deslocamento de consumo entre Estações de Transferência de Custódia da SCGÁS, ajudando a manter a segurança operacional no transporte de gás natural.

Alimentos

A Central de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa) também contribuiu para o abastecimento de alimentos no Rio Grande do Sul. Além disso, prestou todo o suporte necessário aos caminhoneiros vindos do estado vizinho enquanto a Ceasa de Porto Alegre esteve fechada.

A sede catarinense também ofereceu suporte para os caminhoneiros com banheiros e chuveiros, além de entrada antecipada nos pátios e entrega de contatos dos permissionários e agricultores, facilitando e agilizando a comunicação entre o caminhoneiro do RS e do agricultor catarinense.

 

 

Da redação

Fonte: Secom

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