Projeto Viva a Ponte: Orquestra de Baterias encerra programação após sete dias de eventos
A programação do Projeto Viva a Ponte, criado pelo Governo de Santa Catarina para celebrar o reencontro dos catarinenses com a Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, terminou em alto nível com a apresentação da Orquestra de Baterias, no fim da tarde deste domingo, 5. A partir de segunda-feira, 6, a ligação volta a ficar interditada parcialmente para serviços complementares e retirada das estruturas provisórias.
"Encerramos com a certeza de missão cumprida. Durante esses sete dias, todos pudemos viver e reviver a Ponte Hercílio Luz com música, dança, teatro e cultura. Nosso palco foi aberto para todos, de forma democrática e respeitosa. E hoje, para coroar, tivemos a 1ª Corrida da Ponte, a quebra de recorde nas alturas e a Orquestra de Baterias encerrando com chave de ouro", avalia o governador Carlos Moisés.
A Orquestra de Baterias foi a última de uma série de atrações culturais, que, somadas aos esportes de aventura, levaram uma multidão à Hercílio Luz em sete dias de programação. Um total de 60 músicos entre bateristas convidados e banda base tocaram 13 músicas em pleno vão central do monumento. No repertório, sucessos como "Come Together", "Rancho de amor à Ilha”, “Vagabundo Confesso, além de outros hits da música nacional e internacional
Entre uma canção e outra, o vocalista e regente da Orquestra, Alexei Leão, fez uma pausa para pedir em casamento a namorada - agora noiva - Priscila Bilck.
Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom
Recorde sul-americano
Mais cedo, uma fita elástica esticada no alto entre as duas torres principais da Ponte Hercílio Luz foi o desafio escolhido pelo catarinense Rafael Bridi para fazer uma travessia inédita. Na manhã deste domingo, o atleta de highline percorreu o caminho de 340 metros entre os pontos mais altos do monumento, à uma altura de 40 metros da pista e aproximadamente 70 do nível da água.
Com o sucesso da travessia, sem queda, Bridi superou o próprio recorde sul-americano de highline urbano. "É bem difícil colocar em palavras a emoção que eu estou sentindo. É um prazer imenso ser manezinho da Ilha, catarinense, e fazer parte deste momento histórico de reabertura da Ponte", resumiu o atleta.
Foto: Júlio Cavalheiro/Secom
A façanha foi precedida de todas as precauções de segurança e do trabalho de uma equipe. Todos os profissionais fazem a travessia presos ao equipamento, que é fixado nas estruturas da ponte. O feito ainda exigiu dias de treinamento.
Conforme Bridi, o cansaço da preparação física e psicológica para a travessia foi um dos desafios para permanecer de pé sobre a fita durante todo o trajeto. "Também tem a pressão de ter apenas um dia para fazer a travessia, e por sorte tivemos um dia de tempo bom, pouco vento. E existe uma interação intensa com o público, porque no meio (do caminho entre as torres) a altura baixa para uns 25 metros, então fico bem próximo, e as reações são muito diversas", conta. "O dia 5 de janeiro de 2020 vai ficar marcado na minha história. Já me imagino sentado diante dos meus netos, contando a história de como o vô esteve atravessando a ponte", diz o atleta recordista.
Inclusão por meio do esporte
Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom
Quem visitou a Ponte Hercílio Luz na tarde deste domingo ainda teve a oportunidade do contato com atletas de jiu-jitsu e basquete para cadeirantes na cabeceira insular. Promovida pela Fesporte, a iniciativa teve por objetivo aproximar as pessoas com e sem deficiência por meio do esporte.
"Nosso Estado é referência para o Brasil. Acabamos de voltar das Paralímpiadas Escolares como segundo melhor do Brasil. Esta presença é para mostrar como a inclusão pelo esporte é importante, possível e visível. O Governo de Santa Catarina vem trabalhando muito forte nesse sentido", explica o gerente de Participação da Fesporte, Luiz Fernando Bezerra Salum.
O jiu-jitsu foi resultado de uma parceria com a Federação Catarinense de Jiu-Jitsu Paradesportivo e o basquete com cadeirantes foi uma iniciativa em conjunto com a Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef).
Na arte marcial, os visitantes tiveram a oportunidade de receber lições de autodefesa com os atletas deficientes físicos. De acordo com o presidente da Federação, Daniel Borges, o objetivo é mostrar à população sem deficiência que os deficientes conseguem ser eficientes, mesmo com as limitações físicas. "A inclusão precisa de uma experiência social, e essa interação que criamos aqui gera empatia, que é o primeiro estagio para haver inclusão no dia a dia, nos ambientes públicos, no transporte. Somos muito gratos a essa oportunidade", expôs Fontes.
Obras continuam até março
Com o encerramento da programação cultural do Projeto Viva a Ponte, as obras na estrutura terão continuidade. O público ainda poderá acessar a Ponte pelas passarelas e pistas da cabeceira insular até a primeira torre, das 7h às 22h.
Nas próximas três semanas, ocorrerá a retirada das estruturas de sustentação provisórias sob a ponte. Ao finalizar a remoção da estrutura provisória, gradativamente o acesso às passarelas para travessia completa da Ponte será liberado.
Da Redação