Imagem da Ilha

A poética de Péricles Prade é conhecida por seu hermetismo, sua ligação com temas alquímicos e obscuros. Sem dúvida, são poemas que não se deixam “compreender” facilmente, por isso é preciso encarar a sua obra com os olhos racionais fechados e deixar a visão interna decifrar o mundo de imagens.

É preciso acolher os meandros das palavras naquilo que elas têm de mais abissal, mais oculto, e entrar no mundo pradeano como um sujeito cego à “verdade”, ao “certo”, ao “poder denotativo”, ao “fazer sentido”, é preciso conquistar cada palavra e fazer com que elas revelem seus lados baixos, seus dentros.

"Sua poesia alcança um ponto alto de expressão existencial e beleza de forma.” Assim Carlos Drummond de Andrade se refere à poesia pradeana. O poeta e crítico de arte catarinense, Péricles Prade, possui uma das maiores fortunas críticas no âmbito da poesia. José Paulo Paes disse: “O que me parece particularmente relevante é o senso da forma do poema como um círculo que se fecha sobre a sua própria completude.” Cultuado por gigantes da literatura brasileira, Prade, agora faz com que sua obra chega à editora paulistana Iluminuras, uma das mais conceituadas editoras de poesia do Brasil. O lançamento será no dias 25, às 19, na Fundação Cultural Badesc.

Dono de uma poética singular Prade confirma em Casa de Máscaras sua capacidade de síntese, seu domínio preciso da linguagem e sua força em tocar o leitor pela construção de um mundo imagético e simbólico inerentes à sua poesia. Para o poeta e crítico gaúcho Ronald Augusto, que assina o prefácio do livro “Casa de Máscaras se expande feito uma nebulosa verbal suspensa nos negros espaços do confinamento das páginas do livro. Algo infenso ao mundo, fechado entre os dois parênteses da linguagem”.
Ao ser referir ao livro Casa de Máscaras, o catarinense Silveira de Souza chama Prade de “Arquiteto do maravilhoso, mestre da lógica do delírio.”

Lançamento do livro de poemas
Casa de Máscaras, de Péricles Prade (Iluminuras, 141 pág. R$ 35,00)
Dia 25/04/2013, quinta-feira Fundação Cultural Badesc, Centro, às 19h.

Da Redação