O poder libertador do perdão
Celebrado anualmente em 30 de agosto, desde que foi determinado por lei, em 2017, o Dia Nacional do Perdão busca trazer uma reflexão sobre o poder deste nobre sentimento à sociedade como um todo; ressaltando sua importância para a qualidade de vida, bem-estar e redução de conflitos que geram violência, estreitamente ligados à carga de vingança que a ausência deste ato acarreta. Simbolizado pela cor violeta, como alusão a esta data, o mês passou a ser igualmente reconhecido como Agosto Violeta para abraçar as campanhas que atuam neste propósito.
"Embora seja um processo complexo, que exija um mergulho profundo no autoconhecimento para alcançar, enfim, a inteligência emocional necessária para esta escolha, o ato de perdoar é ainda o melhor caminho para o sucesso de uma vida plena e de paz", destaca a especialista em autoconhecimento e inteligência emocional, Heloísa Capelas, que também é palestrante e autora do livro “Perdão, a revolução que falta”.
De acordo com pesquisadores da Universidade do Tenesse, nos Estados Unidos, as pessoas tendem a se sentir menos hostis, irritadas e chateadas quando param de se vingar e perdoam, o que melhora a qualidade do sono, a tensão, a raiva, a fadiga e a depressão. Ainda nesse sentido, uma pesquisa publicada no Journal of Behavior Medicine concluiu que as pessoas capazes de perdoar incondicionalmente vivem por mais tempo do que aquelas que perdoam mediante alguma condição, como um pedido de desculpas.
“Muitos de nós carregamos padrões de controle, crítica, julgamento e perfeccionismo, mas antes de vivermos esses comportamentos em relação ao outro, vivemos em relação a nós mesmos. Muitas vezes, a dor que sentimos por não sermos perfeitos é tão profunda que exigimos demais de nós, somos o nosso pior algoz: cobramos e nos impomos situações que vão se repetindo e só fazem aumentar as autoexigências. Portanto, o processo de perdoar deve começar conosco, o autoperdão é o primeiro passo para esta jornada libertadora”, destaca a especialista.
Heloísa ainda ressalta que, quando perdoamos, recuperamos nosso bem-estar, nossa autoestima, amor-próprio e satisfação pessoal, independentemente de fatos e pessoas. Trata-se de uma escolha que nos permite ter uma vida mais leve, feliz e satisfeita, mesmo com tudo que nos aconteceu. E, principalmente, encontramos uma paz interior duradoura e indescritível.
“O perdão é uma qualidade que não liberta o algoz, liberta a vítima, e isso é sensacional! Eu tenho esse autopoder de me libertar da dor que o outro me provocou quantas vezes forem necessárias e estar livre para me relacionar do ponto de vista positivo, fazendo escolhas que me façam bem. Isso não significa que continuarei a me relacionar com essa pessoa, mas que solto as mágoas para, inclusive, viver novas relações”, complementa.
Para romper com os processos de raiva e mágoa desencadeados por diferentes situações, a especialista aponta a autorresponsabilização como uma iniciativa que breca o remoer da culpa e procura por culpados, fazendo com que reconheçamos nossas próprias emoções.
“A responsabilidade por si mesmo permite que se compreenda seus caminhos, vontades, escolhas e decisões. Não temos controle sobre o outro, mas podemos tê-lo sobre nós mesmos. Não podemos esperar que o outro tome uma atitude de pedir perdão ou nos perdoar, isso deve partir de nós. Para que ficar visitando uma dor e remoendo aquele mal inúmeras vezes ao longo da vida? Já parou para pensar que cada um tem uma limitação e age dentro de suas condições, fazendo o melhor ou entregando o melhor que pode em determinado momento? Pensar desta forma e entender as circunstâncias é fundamental para se alcançar o perdão”, conclui.
Da redação
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