Mindful eating: comer com atenção plena é a chave para manter o equilíbrio durante as festas de fim de ano
Sentar à mesa com amigos e familiares queridos combina com fartura, amor e carinho. Afinal, desfrutar de cada momento durante a ceia das festas de fim de ano é o que torna as festividades tão especiais. Nessa hora, o comfort food entra em ação, já que a comida é um dos pontos altos do Natal e do Ano Novo. E isso definitivamente combina com uma alimentação saudável. O segredo? Um novo ingrediente especial para uma nutrição equilibrada: o mindful eating.
Afinal, ser saudável envolve a mente, espírito e o coração, tanto quanto envolve o seu corpo. Essa é a proposta do mindful eating, conceito de nutrição focado no mindfulness, prática de meditação budista que aposta na atenção plena ao momento presente e sem julgamentos. Isso inclui as festas de fim de ano, que podem - e devem! - ser prazerosas mesmo para quem deseja manter o peso ou a dieta em dia.
De acordo com a nutricionista Anne Albano, o mindfulness direciona o indivíduo à atitudes de atenção plena. “Principalmente no ato de comer, pensar, agir, entre outras ações básicas decorrentes do cotidiano. Isso inclui também ações de alimentação consciente, que significa realizar uma refeição sem julgamentos, culpa, ou mediante crenças, e cronogramas, introduzindo o indivíduo ao bom relacionamento com a comida”, explica.
Mas, como manter o foco durante as festas de fim de ano com o mindful eating? Anne explica: “realizar uma refeição em uma ou duas noites no fim do ano com quem ama e comemorar com comidas especiais, com valor emocional e afetivo não vai afetar a sua saúde, o processo de perda de peso e nem a manutenção ou ganho de massa muscular. E desfrutar dos alimentos da ceia pode até mesmo ajudar a pessoa a se tornar mais saudável e fácil o processo de manter seus hábitos, do que restringir esses momentos”. Ou seja: a restrição e a contagem de calorias estão com os dias contados.
O cardápio é: atenção plena! O mindful eating em ação
Para começar o mindful eating, a estratégia é manter o equilíbrio e o controle diante os alimentos e bebidas fornecidos das festas de final de ano. Em vez de restrições, o foco é na alimentação espontânea, intuitiva, que ajuda a evitar a compulsão alimentar e trata os sinais de fome integrados às escolhas mais saudáveis. Assim, é possível manter o carinho e cuidado com o seu corpo e principalmente com a sua saúde.
Para isso, a nutricionista detalha algumas dicas para quem deseja colocar o mindfulness eating em prática:
Sem afobação à mesa, por favor.
Fica mais fácil fazer escolhas conscientes quando entendemos que esta não vai ser a primeira e nem última vez que aquela refeição será realizada.
Conexões verdadeiras no prato do dia.
Aproveitar conscientemente o momento, estar presente com as pessoas que gosta e apreciar a comida: essa é a chave para realizar as escolhas alimentares que realmente valem a pena e preenchem o seu coração. Uma dica de ouro é evitar distrações com o celular ou com a TV e focar no que realmente importa: o momento presente.
Assim, fica mais fácil prestar atenção ao que estamos consumindo e às quantidades ingeridas, bem como desfrutar do sabor de cada garfada e da companhia de quem está sentado à mesa.
Atenção plena ao momento presente: ansiedade modo off!
Outra estratégia é tentar não pensar em comida o dia inteiro e não se preocupar com o que vai comer, beber ou o quanto vai comer e beber. Não sofrer por antecipação, não ter medo de comer e SE vai comer tal sobremesa é essencial.
Em vez disso, a ideia é focar nas coisas que dão prazer, como a companhia de amigos queridos, e vivendo o momento: estando presente, comemorando e celebrando.
Escolhas conscientes dão água na boca.
Evitar comer por impulso ou porque todos estão comendo também é imprescindível. Anne indica que a pessoa tente perceber se realmente quer realizar aquela refeição e se realmente gosta daquele prato.
“Caso não seja o seu preferido, opte pelas escolhas mais saudáveis para o prato ou momento que realmente valha a pena”, detalha.
Percepção em alta: a chave do mindfulness eating.
Manter a atenção plena ao próprio apetite também faz toda a diferença. Nessa hora, é importante que a pessoa preste atenção se ainda está com fome, se já está satisfeita e se comeu o suficiente, evitando comer sem atenção, por impulsividade ou motivada pela ansiedade.
Vínculos saudáveis com a comida fazem parte desse cardápio.
Momentos especiais como o Natal ou o Ano Novo são feitos para serem desfrutados e isso inclui comer sem culpa. “Quem deseja praticar o mindful eating não precisa deixar de comer o que gosta: é importante aproveitar, desfrutar e se cuidar, comendo conscientemente”, reforça a nutricionista.
Para isso, uma alternativa é comer só quando se está com fome, aprendendo a criar um vínculo saudável com a comida e com os seus hábitos. “Comer moderadamente e apenas o necessário, fazendo escolhas inteligentes, é importante. É possível sim comer alimentos que não fazem parte da dieta, basta não fazer isso todos os dias”, ensina Anne.
Exagerei, e agora?
De acordo com a especialista, se exagerar, não faça grandes restrições e punições. “Não treine em excesso, não faça longos períodos de jejum para compensar, respeite e escute o seu organismo. Não inicie uma dieta maluca por conta própria, apenas lembre que o dia de amanhã é um novo dia e retorne para os seus hábitos saudáveis normalmente”, aconselha.
Afinal, no mindful eating, não se trata de compensação, e sim de equilíbrio. “Não pense na comida como um prêmio e castigo. Os pratos e os nutrientes devem ser degustados com toda a calma que merecem. Durante esse momento, é importante relembrar como eles chegaram até à mesa, entendendo quais as razões de realizar determinada refeição, as causas para a escolha de determinado alimento e suas emoções”, finaliza.
Da Redação