Livro sobre a história de SC durante a Primeira República é lançado na Alesc
A Assembleia Legislativa sediou na noite de quinta-feira, 08, o lançamento do livro “História de Santa Catarina na Primeira República (1889-1930)”. Organizada por Ana Lice Brancher e Vanderlei Machado, a obra, produzida durante a pandemia, apresenta em 15 capítulos temas diversos sobre o Estado no período retratado.
Professora titular do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Lice explicou que a ideia era ampliar os estudos sobre o período para uma esfera além da capital catarinense, já que a literatura disponível sempre foi mais focada no que ocorria em Florianópolis. A partir desta premissa foram reunidos estudos de pesquisadores de diferentes instituições e provenientes de áreas como antropologia, história, artes, direito, ciências sociais, educação e economia para tratar de assuntos ligados a várias regiões do Estado.
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“São capítulos com temas como o movimento negro, os trabalhadores e trabalhadoras, os artistas e pintores, os movimentos literários e os indígenas”, comentou. O pesquisador Fabio Garcia é um dos autores que, com os organizadores, também contribuiu para a publicação. Ele retratou a vivência da população negra no Estado na Primeira República, que iniciou em 1889, um ano após a abolição da escravatura. “O que a gente traz no livro é a presença deles nos clubes negros, nos jornais, os intelectuais negros que fizeram parte de Santa Catarina”, relatou.
Garcia destacou ainda que Santa Catarina teve em Abdon Batista, um negro que fez longa carreira política, tendo sido deputado estadual, deputado federal, senador, vice-governador do Estado e governador em exercício e prefeito de Joinville. “Ele ainda é pouco conhecido e este é o ano do centenário de morte dele. Então essa valorização destes personagens negros que estiveram em Santa Catarina traz luz a temas pouco conhecidos, muitos deles omitidos pela historiografia oficial e agora as pessoas terão a chance de conhecer um pouco mais com essa obra”, avaliou.
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Sobre este assunto, Ana Lice contou que o governo da Primeira República ao invés de oferecer oportunidade de trabalho para a população recém liberta e inseri-la no mercado de trabalho, marginalizou esta parte da sociedade. “Mas os negros se organizaram, principalmente os intelectuais, como escritores e jornalistas, incluindo Antonieta de Barros, que viria a ser a primeira deputada estadual negra do Brasil”, lembrou.
De acordo com ela, trabalhadores como os estivadores de Itajaí, também se organizaram em associações e clubes, como uma forma de enfrentar a situação. Na opinião da historiadora, o livro apresenta temas muito atuais, baseados na análise das transformações ocorridas no território catarinense durante 41 anos entre os séculos XIX e XX e que ajudam a entender a Santa Catarina de hoje. “São pesquisas com referenciais históricos contemporâneos que dialogam com aquele período”, concluiu.
Da redação
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