00:00
21° | Nublado

Escala 6x1: A conta fecha para a saúde?

Impactos à saúde e ao mercado: especialistas analisam o futuro da escala 6x1 e o avanço da PEC. (Foto: Divulgação)

Publicado em 14/11/2024

A pressão popular em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa extinguir a escala de trabalho 6x1 tem mostrado efeitos no Legislativo. Nas primeiras horas da segunda-feira (11/11), o número de parlamentares que assinaram a proposta aumentou de 71 para 100. 

A mobilização pelo fim da escala 6x1 ganhou força nas redes sociais após a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) apresentar a PEC na Câmara dos Deputados. Erika tem usado as redes sociais para incentivar outros deputados a apoiarem a proposta, que precisa de 171 assinaturas para ser formalmente apresentada. 

A proposta é uma iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ), que já obteve 1,3 milhão de assinaturas em uma petição online em defesa da medida.

O que a PEC defende?

A PEC busca alterar o trecho da Constituição que atualmente limita a jornada de trabalho a oito horas diárias e 44 horas semanais, para permitir novas formas de distribuição do expediente, como a escala 4x3, proposta pelo VAT. O texto também pretende modificar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que atualmente estabelece um dia como o período mínimo de descanso para o trabalhador.

Os impactos da escala 6x1 à saúde do trabalhador

De acordo com a Neuropsicóloga Dra. Karliny U., o excesso de trabalho sem o período de descanso ideal para se recuperar e ter momentos de lazer aumenta-se o risco de desenvolver problemas de saúde física e mental.

“Trabalhar demais, sem tempo suficiente para descansar e aproveitar momentos de lazer, aumenta muito o risco de problemas de saúde mental, como burnout, ansiedade e estresse contínuo. O burnout, por exemplo, causa uma exaustão profunda, falta de concentração e desânimo”.

“A ansiedade pode trazer insônia, irritação e uma sensação constante de inquietação. O estresse crônico afeta o humor, causa dores de cabeça e até problemas no estômago. Esses sintomas acabam pesando no dia a dia, prejudicando a saúde e a qualidade de vida”, explica a Dra. Karliny.

O fim da escala pode afetar empresas?

Uma das principais críticas à proposta é que ela geraria a necessidade das empresas de contratarem mais profissionais para cobrir os dias de folga e que isso poderia prejudicar a estabilidade das empresas, afetando também a oferta de trabalhos e salários.

Segundo a empresária brasileira de destaque nos Estados Unidos, Sophia Utnick-Brennan, tudo depende da forma como ficará o texto final da PEC e que mais tempo de trabalho não é sinônimo de produtividade.

“É especulação por enquanto, não sabemos como ficará o texto final e nem como as escalas poderão ficar organizadas, por isso, não é possível medir os reais impactos nas atividades das empresas, quantos funcionários a mais serão necessários, se serão contratos temporários, etc.”.

“Além disso, todos devem considerar que é preciso haver um equilíbrio, uma escala muito curta pode ser insuficiente para as atividades de alguns tipos de negócios e gerar custos extras, já uma escala muito exaustiva acaba, na verdade, reduzindo a produtividade do colaborador, nesse caso, depende muito do tipo de atividade, demanda, salário e produtividade, tudo deve ser colocado na balança”, afirma Sophia.

 

 

Da redação

Para receber notícias, clique AQUI e faça parte do Grupo de WHATS do Imagem da Ilha.

Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!

Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp!

Para mais notícias, clique AQUI