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Doenças respiratórias: região sul tem novas opções de tratamento pelo SUS

Com a oferta dos novos tratamentos, Ministério da Saúde espera reduzir a morbimortalidade, melhorar a qualidade de vida, evitar o absentismo e diminuir o uso dos serviços de saúde (Foto: Reprodução/Internet) **Clique para ampliar

Publicado em 04/08/2022

A partir de agora, pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, poderão ter acesso a novas opções de tratamento oferecidas gratuitamente pela rede pública de saúde. Em linha com os protocolos internacionais de tratamento da doença, o Ministério da Saúde incorporou dois novos broncodilatadores ao Sistema Único de Saúde (SUS): a associação em pó inalante (brometo de umeclidínio + trifenatato de vilanterol) e a solução para inalação em nuvem suave (tiotrópio monoidratado + cloridrato de olodaterol).

A atualização do protocolo de tratamento da DPOC tem o objetivo de ampliar o acesso a opções terapêuticas mais modernas e eficientes, possibilitando personalizar o cuidado com os pacientes.

Utilizando dados do estudo Platino, o número de pessoas na região sul do país que potencialmente poderiam se beneficiar pelo manejo personalizado no tratamento com o uso de novas terapias associadas a prevalência da doença, seria de 2.300.339. Porém, infelizmente, devido às altas taxas de subdiagnósticos, esse número cai para 890.231.193.

Em estudos clínicos controlados, os dois broncodilatadores se mostraram eficazes. Entretanto, como a capacidade do paciente de atingir um fluxo inspiratório mínimo para inalar o medicamento de forma eficiente influencia os resultados do tratamento, o Ministério da Saúde optou por oferecer as soluções em pó e em nuvem.

Dispositivos de pó seco oferecem maior resistência ao fluxo de ar, de forma que pacientes com fluxo inspiratório máximo muito diminuído podem se beneficiar do uso de dispositivo com mais baixa resistência, como é o caso do dispositivo Respimat®. Assim, a associação tiotrópio monoidratado + cloridrato de olodaterol é uma alternativa para pacientes com DPOC grave ou muito grave (estágios 3 e 4), com alto risco (critérios de GOLD C e D) e que apresentem VEF1 < 50% e dificuldade no uso de inalador de pó seco. Para ter acesso às novas terapias, os pacientes precisam ser avaliados por um(a) médico(a).

“Essa é uma grande conquista para a classe médica, para a pneumologia e, sobretudo, para seus pacientes. A inclusão dessas novas opções de tratamento na rede pública de saúde tem potencial de, aliada ao diagnóstico precoce, reduzir exacerbações, internações e mortalidade pela DPOC no país”, explica o Professor e Doutor Adalberto Rubin.

Quanto mais opções de tratamento, mais cedo o médico consegue iniciar o cuidado adequado ao paciente, retardando a progressão da doença, que geralmente surge em pessoas acima de 40 anos. “Outro grande avanço do novo protocolo de tratamento é proporcionar a individualização do tratamento, com base na condição clínica do paciente, possibilitando melhores resultados no controle da doença”, completa.

Sobre a DPOC

A doença pulmonar obstrutiva crônica, também conhecida como enfisema pulmonar, é uma condição progressiva e séria que limita o fluxo de ar nos pulmões e afeta a qualidade de vida dos pacientes, por produzir sintomas como tosse crônica, expectoração e falta de ar, que muitas vezes impedem a realização de atividades básicas do dia-a-dia.

No Brasil, quatro brasileiros morrem por hora, 96 por dia e 40 mil todos os anos em decorrência da DPOC. O tabagismo é o principal fator de risco para a doença, seguido de exposição ocupacional e ambiental envolvendo vapores químicos, poeira e outras partículas que provocam irritação pulmonar.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado diminuem as taxas de exacerbação (crises respiratórias nas quais a falta de ar piora subitamente). “É preciso evitar a progressão da doença por meio da detecção precoce para reduzir as internações e a mortalidade tanto por DPOC quanto por suas comorbidades, especialmente de pacientes entre 50 e 70 anos de idade”, explica o Dr. Rubin.

Da redação

 

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