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Bancada da Grande Florianópolis ajuda região a enfrentar queimadas

Com a emergência climática em pauta, representantes da Bancada da Grande Florianópolis debatem a importância de brigadas comunitárias e monitoramento ambiental. (Foto: Divulgação)

Publicado em 24/09/2024

Diante das queimadas e dos impactos da fumaça em Santa Catarina nas últimas semanas, a Bancada da Grande Florianópolis da Assembleia Legislativa convocou reunião ampliada com representantes de órgãos estaduais, universidades e entidades da sociedade civil, no intuito de unir esforços na preparação da região para lidar com a emergência climática. Realizada na última quinta-feira (19), a reunião foi conduzida pelo deputado estadual Marcos José de Abreu - Marquito (PSOL), coordenador da bancada, e teve como encaminhamentos: a busca por apoio financeiro à política das brigadas comunitárias nos municípios da Grande Florianópolis, incluindo formações, equipamentos e outras infraestruturas necessárias; articulação pela instalação de novas estruturas de monitoramento da qualidade do ar no estado; construção de legislações sobre qualidade do ar e proteção ambiental; e inclusão de mais comunidades tradicionais nos próximos encontros desse fórum, que deve ocorrer ainda neste ano.

Houve consenso na reunião sobre a gravidade e singularidade da situação das últimas semanas e também o estado de emergência climática vivido no planeta. Marquito ressaltou a importância de se investir nas esferas de prevenção, combate ao fogo, monitoramento e restauração de ambientes atingidos. Além de Marquito, compõem a Bancada da Grande Florianópolis os deputados Camilo Martins (Podemos), Sérgio Guimarães (União) e Sergio Motta (Republicanos).

O comandante da 1ª Região de Bombeiros Militar e presidente da Coordenadoria de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, Coronel Zevir, disse que a corporação está investindo na capacitação dos profissionais. “As mudanças estão aí, todo mundo está percebendo. Nós temos que nos preparar, temos que estar resilientes. Por isso, temos enviado equipes para participar de grandes operações, a exemplo da que aconteceu há pouco no Pantanal Sul-Mato-Grossense. Todo esse know-how volta para a instituição, traz um avanço”, contou. 

Coronel Zevir afirmou que o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina está, neste momento, montando a primeira brigada comunitária florestal do Brasil, em parceria com o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). “Nós também queremos montar uma brigada comunitária no Parque Estadual do Rio Vermelho e estender a todas as unidades de conservação do estado.” O representante do quilombo Vidal Martins, Isaías dos Santos, contou que os incêndios no Parque Estadual do Rio Vermelho têm impactado a comunidade, pela fumaça, pelo medo constante de aproximação do fogo e por toda a destruição, incluindo a matança de animais. “Por isso, é tão importante pra nós a implantação de uma brigada comunitária qualificada e estruturada.”

Na reunião da bancada, abordou-se ainda o aumento no número de casos de doenças respiratórias. O superintendente da Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, Fábio Gaudenzi de Faria, mencionou que no Hospital Infantil, por exemplo, o crescimento de atendimentos no período foi de aproximadamente 40%, mas que não é possível afirmar que a causa foi somente a fumaça. “A Saúde sempre trabalha com o rescaldo do problema. Nós sabemos muito bem as questões que decorrem da poluição e de outras situações climáticas. Temos um rol de agravos que acabam acontecendo após esses grandes eventos. Para mitigar os efeitos, são muito importantes os dados de monitoramento para que a gente consiga dar os alertas à população.” O diretor de Controle e Passivos Ambientais do IMA, Diego Hemkemeier Silva, informou que o órgão está preparando a disponibilização de mapas atualizados a cada 24 horas com os focos de incêndio, além de previsões de novos incêndios e da qualidade do ar.  

O coordenador da Rede de ONGs da Mata Atlântica e presidente do Conselho Regional de Biologia de Santa Catarina, professor João de Deus Medeiros, defendeu a mudança de leis que atualmente estimulam o uso do fogo e a destruição ambiental. Ele também ressaltou que é urgente a revisão nos padrões de qualidade do ar e da água, pois os nossos “estão ultrapassados com relação a outros países”. A representante da Associação Coletivo UC da Ilha Simone Lueneberg ainda chamou a atenção para a necessidade de fortalecimento dos órgãos ambientais.

 

 

Da redação

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