Você está de férias ou só fingindo?
Estudo aponta que estresse persistente pode aumentar em até 20% o risco de infarto

Férias, para muitos, são sinônimo de descanso. Mas nem todo desligamento é real. Um número crescente de pessoas vive o que especialistas têm chamado de “burn-on”: uma exaustão silenciosa, que não explode como o burnout clássico, mas se estende de forma crônica, mesmo nos momentos que deveriam ser de pausa — como as férias de julho. E os efeitos não se restringem ao campo emocional: o coração também sente.
Ao contrário do burnout, o burn-on não paralisa o indivíduo. Ele continua funcionando — em modo automático. A mente segue acelerada, a ansiedade não dá trégua, o sono não recupera, e a ideia de “desconectar” vira apenas mais uma meta a ser cumprida. “É como estar em um estado constante de alerta”, explica a cardiologista Fernanda Weiler, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e especialista em Medicina do Estilo de Vida. “Mesmo em férias, esse corpo não relaxa de verdade. E o estresse crônico começa a cobrar seu preço.”
Estudos recentes reforçam essa conexão perigosa. Um artigo publicado na Lancet Public Health apontou que o estresse contínuo, mesmo em níveis subclínicos, pode elevar em até 20% o risco de infarto. Já o European Heart Journal destacou que a exposição prolongada ao estresse pode comprometer o equilíbrio autonômico do coração, afetando a frequência cardíaca, a pressão arterial e a inflamação sistêmica. “No inverno, quando o metabolismo naturalmente desacelera e o ritmo social diminui, esse risco pode passar despercebido — o que o torna ainda mais perigoso”, alerta Fernanda.
A médica ressalta que o coração é sensível ao que não é dito. “Muitas pessoas acham que estão descansando só porque estão longe do trabalho. Mas seguem hiperconectadas, com excesso de estímulos, responsabilidades emocionais e uma carga mental que não dá trégua”, afirma.
Para driblar o burn-on e proteger o coração, Fernanda recomenda pequenas pausas reais: momentos de silêncio, sono de qualidade, atividade física prazerosa, conexão com a natureza e com pessoas queridas. “Férias são oportunidade de se reconectar com aquilo que recarrega — e não apenas de fugir da rotina.”
Da redação
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