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Saiba como a síndrome do impostor pode afetar a sua vida

Pesquisas mostram que mulheres são mais propensas a experimentar essa síndrome (Foto: Reprodução/Internet) *Clique na imagem para ampliar

Publicado em 29/04/2022

A síndrome do impostor, também conhecida como fenômeno do impostor, ou síndrome da fraude, caracteriza indivíduos de alto desempenho, que apesar de obterem sucesso nos seus objetivos, falham em internalizar suas realizações e têm dúvidas persistentes e medo de serem expostos como uma imagem de fraude ou de impostor.

As pessoas com síndrome do impostor costumam encontrar de forma precisa, alguma desculpa para justificar o sucesso do seu desempenho ou da sua competência. Ou seja, habitualmente atribuem os seus sucessos a fatores externos tais como sorte ou ajuda de terceiros e atribuem contratempos para tentar provar que possuem alguma inadequação profissional.

A síndrome do impostor foi descrita pela primeira vez pelas psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, em 1978, quando elas relataram a sua experiência com uma mulher de alto sucesso profissional que demonstrava uma falta de sensibilidade interna para conseguir perceber o seu grau de sucesso.

A síndrome passou a ser mais conhecida pelo público em geral após a publicação do livro de Clance, em 1985. Clance originalmente identificou a síndrome entre as mulheres com alto desempenho profissional, mas pesquisas mais recentes têm documentado estes sentimentos de incapacidade profissional entre os homens e as mulheres, em muitos ambientes profissionais e entre vários grupos étnicos e raciais. Pesquisas sobre a síndrome do impostor mostram que a sua prevalência é alta, ocorrendo em até 82% dos profissionais.

É importante observar que esses sentimentos muitas vezes podem parecer estar vindo de uma minoria em alguns locais de trabalho. A sensação avassaladora de ser o primeiro, o único, ou um em poucos, em um local de trabalho, pode aumentar a dúvida sobre alcançar uma determinada posição. Pesquisas mostram que mulheres, ou pessoas de minorias sub-representadas, são mais propensas a experimentar essa síndrome.

Várias ferramentas são utilizadas para diagnosticar a síndrome do impostor e identificar os diferentes tipos de impostorismo. Algumas pessoas sofrem com isso ao longo de toda a carreira profissional, enquanto outras têm episódios de aumento do sentimento de impostorismo como resposta a diferentes variáveis, tais como começar um novo emprego ou conseguir uma promoção.

Como um conselho, saber reconhecer os seus sentimentos pode ser um dos mais importantes passos na carreira profissional, pois, uma vez que se saiba reconhecer a experiência que se está passando, pode ser mais facilmente administrá-los. Evitar o perfeccionismo e estabelecer uma definição razoável do que é sucesso também pode ajudar a administrar e controlar o fenômeno do impostorismo.

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Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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