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Riscos e cuidados do uso indiscriminado do medicamento
Endocrinologista reforça a importância do acompanhamento médico

É fundamental que o tratamento seja monitorado por profissionais de saúde para garantir a segurança e eficácia do medicamento. (Foto: Natalia Varlei/Shutterstock)

Publicado em 06/10/2024

De acordo com Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora clínica da Atma Soma, apesar dos benefícios já comprovados pelo Ozempic, é importante alertar quanto ao uso indiscriminado do medicamento.

“A utilização prolongada sem controle adequado pode alterar funções metabólicas, resultando em complicações, além de causar possíveis efeitos colaterais. O tratamento com semaglutida deve ser acompanhado por profissionais de saúde para garantir que o paciente faça um uso adequado da medicação, ajustes das demais medicações que o paciente esteja utilizando, além da importância de monitorar adequadamente os efeitos colaterais e realizar os ajustes de doses de medicação de acordo com cada perfil de paciente", aponta. 

Ozempic no Brasil 

O uso do Ozempic (semaglutida) no Brasil tem ganhado destaque como um tratamento eficaz para o diabetes tipo 2. Este medicamento, inicialmente desenvolvido para o controle glicêmico, age estimulando a secreção de insulina e reduzindo a produção de glucagon, ajudando a controlar os níveis de açúcar no sangue. 

Porém, além do controle do diabetes, estudos têm mostrado que o medicamento pode contribuir para a perda de peso, mesmo em indivíduos sem a condição. “Este efeito se dá, também, devido à ação do medicamento no centro de saciedade do cérebro, o que reduz o apetite e a ingestão calórica”, explica a diretora clínica da Atma Soma. 

No Brasil, esta aplicação tem atraído a atenção de pacientes e profissionais de saúde, que buscam alternativas eficazes e seguras para o tratamento da obesidade, um problema crescente no país. De acordo com estudo recente, apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade 2024 (ICO), até 2044, cerca de 48% dos brasileiros terão obesidade e mais de 27% irão ter sobrepeso. 

“O futuro da semaglutida aqui no Brasil parece promissor, mas exige um equilíbrio entre inovação, acesso e segurança. A popularização do medicamento como auxiliar na perda de peso deve ser acompanhada de estudos rigorosos e políticas públicas que garantam seu uso responsável, além de rigorosa supervisão médica para maximizar seus benefícios e minimizar riscos”, aponta.

Modernidade e sobrepeso

A abundância de alimentos ultraprocessados, ricos em gordura e açúcar, combinada com o estilo de vida sedentário, tem levado à epidemia da obesidade. Seu aumento ocorre em parte devido à alteração dos hábitos que, por um lado, está associada à diminuição do consumo de alimentos nutritivos e, por outro, às longas horas de trabalho sentado, uso excessivo de dispositivos eletrônicos, de transporte motorizado, que reduz o tempo gasto em atividades físicas. Ainda, todo esse cenário contribui para a desregulação do sistema metabólico.

“A prevenção e o combate à obesidade requerem estratégias multifacetadas que envolvem desde a educação nutricional, incentivo à cultura de hábitos saudáveis e atividades físicas, até a conscientização sobre o check-up regular. Além disso, o tratamento da obesidade pode ser mais eficaz e preciso ao recorrer aos benefícios da medicina multiômica, que aproveita dados específicos dos indivíduos, coletados através de resultados de exames de imagem, bioquímica, análises genéticas e metabólicas para adaptar os procedimentos médicos às necessidades únicas de cada paciente”, finaliza a especialista. 

 

 

Da redação

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