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Pré-hipertensão ganha nova definição no Brasil
Valores entre 120-139/80-89 mmHg agora indicam pré-hipertensão, segundo nova diretriz brasileira

Pré-hipertensão ganha nova definição no Brasil
Mudança nas diretrizes redefine pré-hipertensão e orienta primeiro por hábitos saudáveis antes de remédios. (Foto: Freepik)

Publicado em 21/09/2025

A “pressão arterial ideal” sofreu uma importante redefinição no Brasil; de acordo com a nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), valores de pressão arterial entre 120-139 mmHg de sistólica e/ou 80-89 mmHg de diastólica — o tradicional “12 por 8” — passam a ser classificados como pré-hipertensão.

Segundo a Dra. Fernanda Weiler, cardiologista do hospital Sírio Libanês e certificada internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida, essa mudança não significa que a pessoa esteja doente ou precise iniciar imediatamente o uso de medicamentos. “O que muda é a forma como olhamos para esse número: de um valor considerado normal, ele passa a ser um sinal de alerta. É uma oportunidade para agir de forma preventiva antes que o quadro evolua para hipertensão”, explica.

A diretriz também define que, para quem já tem hipertensão, o alvo de tratamento deve ser manter a pressão abaixo de 130/80 mmHg, independentemente da idade ou de outras condições clínicas. Essa atualização coloca o Brasil em sintonia com recomendações internacionais mais recentes, que destacam a importância do diagnóstico e da intervenção precoces.

Entre os principais pontos a serem compreendidos, estão os mitos e verdades que cercam a pressão arterial. O mais comum é acreditar que a pressão “12 por 8” significa tranquilidade total. Na prática, esse valor já indica maior risco do que números abaixo de 120/80. Outro equívoco frequente é pensar que o diagnóstico de pré-hipertensão leva, inevitavelmente, ao uso de remédios. De acordo com a Dra. Fernanda, em geral, o primeiro passo é a mudança no estilo de vida. “Alimentação balanceada, prática de exercícios físicos, redução do sal e do estresse, além de sono de qualidade são as primeiras medidas indicadas como tratamento para casos em que a pressão arterial está perto das medidas consideradas aceitáveis. Medicamentos só são considerados em casos de alto risco cardiovascular ou quando, após alguns meses de mudanças comportamentais, os valores permanecem elevados”, diz a especialista.

Horário de sono irregular aumenta risco de hipertensão

Também é importante derrubar a ideia de que apenas pessoas mais velhas precisam se preocupar com pressão alta. “A hipertensão pode aparecer em adultos jovens, e prevenir desde cedo é fundamental para reduzir complicações futuras, como infarto, AVC e insuficiência renal”, reforça a cardiologista. Por outro lado, é verdadeiro afirmar que quanto mais cedo se inicia a prevenção, menores os danos a longo prazo.

A Dra. Fernanda Weiler recomenda que todos monitorem regularmente a pressão arterial, sobretudo quem já apresenta valores em torno de 120/80 ou tem histórico familiar. Além disso, hábitos saudáveis devem ser incorporados no dia a dia, não apenas em momentos de doença. “Essa atualização das diretrizes nos proporciona uma janela de ação importante: não esperar o quadro evoluir para hipertensão franca, mas intervir quando ainda é reversível. A pressão ‘12 por 8’ deixa de ser vista como normalizando limítrofe, e passa a ser motivo de atenção — uma mudança que pode salvar vidas”, conclui.

De acordo com estimativas, cerca de 28% dos adultos brasileiros têm hipertensão, mas apenas um terço mantém a pressão bem controlada. As novas diretrizes reforçam o papel da prevenção como chave para reduzir esse índice e melhorar a saúde cardiovascular da população.

 

 

 

 

Da redação

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