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Com a popularização dos aplicativos de treino e dicas de influencers fitness, cada vez mais pessoas praticam atividades físicas sem supervisão profissional. No entanto, essa tendência pode trazer sérios riscos à saúde da coluna, especialmente quando há sobrecarga de peso ou postura inadequada.

De acordo com o levantamento da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2006-2023), promovido pelo Ministério da Saúde, mostra um aumento significativo na prática de atividades físicas no tempo livre no Brasil. Entre 2009 e 2023, a frequência de adultos que praticavam ao menos 150 minutos de atividade física moderada por semana subiu de 30,3% para 40,6% em 2023, com destaque para o aumento entre as mulheres. As faixas etárias de 25 a 34 anos saltaram de 34,2% para 46,9% em 2023.

Esses dados refletem uma maior preocupação dos brasileiros com a saúde, mas também revelam um dado alarmante, a busca pelo corpo perfeito inalcançável a qualquer custo. As redes sociais com sua grande abrangência e influência, muitas vezes ocupa o lugar de um profissional de educação física e propaga exercícios e dietas que prometem o corpo perfeito em pouco tempo. O verão também é pretexto para uma corrida às academias, onde é possível ver pessoas treinando sem qualquer supervisão adequada.

Segundo o Dr. André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em coluna, durante a atividade física, as pessoas precisam prestar atenção e corrigir a postura para prevenir dores ou desenvolver uma patologia grave na coluna. Durante o treino, a atenção deve ser redobrada para que uma atividade saudável não se torne um problema. “Mesmo sem sentir dor no momento, a execução errada de um exercício pode comprometer a coluna a longo prazo”, alerta o especialista. “Muitas vezes, uma pessoa assiste uma aula on-line e acredita que está fazendo o exercício de maneira correta, porém por mais que ela não sinta dor naquele instante, pode prejudicar algum segmento da coluna”, explica o Dr André.

Áreas da coluna que podem ser afetadas

A lombar é a região mais afetada, pois suporta grande parte do peso corporal. Quando sobrecarregada ou exercitada incorretamente, pode levar à lombalgia (dor lombar). Já a coluna cervical, no pescoço, também sofre impactos, especialmente com excesso de carga e movimentos errados. Além disso, lesões musculares podem surgir pela falta de descanso adequado.

“Se ao pular, agachar ou fazer um movimento, a pessoa sente dores, que não estão totalmente relacionadas ao treino, ela pode estar fazendo errado ou apresentar algum dano que precisa ser investigado. Até a dor muscular pode ser um sinal de exagero,” alerta Marcondes.

Alguns traumas na coluna podem não apresentar sintomas por um determinado período e, por conta disso, a pessoa pode ter alguma alteração e não saber. Por isso, é preciso fazer uma avaliação antes de iniciar a prática esportiva e, mesmo que opte pelas facilidades da tecnologia, é importante ter profissionais capacitados dando o apoio prévio e necessário para cada caso. "Antes de iniciar qualquer atividade física, é essencial fazer uma avaliação profissional. Mesmo com o suporte da tecnologia, contar com um especialista evita problemas futuros. O que funciona para uma pessoa pode não ser ideal para outra", finaliza o cirurgião.

Da redação

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