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Talvez você brigue comigo ao ler sobre o que revelarei. Mas se ler até o final, me diga o que achou, ok? ( inclusive da música).

As pessoas tem uma série de pré-conceitos e de preconceitos na vida. 
Uma delas, e grande, é com o dentista.
Em filme, quem se dá mal? O dentista.
Quem é o vizinho esquisito do bairro? O dentista.
Quais as expressões em livros e textos? As Odontológicas. “Doeu até nos dentes”, “parecia dor de dente”, “rangeu os dentes até doer”, e por aí vai.

Um mito é que paciente não conversa na consulta rsrs. 
Simmmmmmm - eu não vou refutar o fato de que nós dentistas perguntamos aos pacientes enquanto vocês estão de boca aberta sim, novamente admito, fazemos. Isso nem é mito; é realidade .

Mas voltando à conversa: por que as pessoas acham que não se conversa na consulta? Eu fico e sempre ficarei muito feliz com a confiança que os pacientes depositam em mim, tanto para o tratamento, quanto para me contarem sobre suas vidas. 
E sou boa ouvinte. 
Mas, sou também uma boa “falante”. Mas, não poderia ser psicóloga, pois dou lá meus palpites. (Risos)

Os papos fluem: vão de A a Z. Alternam entre leveza e profundidade; choros e risos. Segredos e escuta. 

Saí um desses dias do consultório para resolver um “pepino” no carro. Estava com  um problema no motor, mas como tinha a garantia da revisão, deixei na concessionária. Aí fui alugar carro, etc etc. vamos deixar isso pra lá, que problemas todos nós temos, e ocorrências deste tipo, acontecem o todo o tempo.

Lá estou eu no Uber, em um desses momentos de um dia caótico e o motorista perguntando:

“ - É Amanda seu nome, né? De que lado você é? Davi ou Yasmin? Aí ele foi adiante...Porque ele isso, ela aquilo, e blá blá blá. Continuou intenso por uns bons minutos”.

“Sim, Amanda é meu nome. Mas eu não conheço essas pessoas, não”. 
 

Ele teimou: 
“Aaaaaaah conhece sim, a senhora não vê BBB? “

Gente, parêntesis - Eu já assisti às 2 ou 3 primeiras edições. Confesso. Mas hoje não assisto mais e não me competia dizer de que lado eu estaria. 

Mas antes que os fãs critiquem, não assisto porque tem uma lista de séries e  de filmes que quero ver e estou sempre atrás, então daria prioridade a isso, se ligasse a TV. E também, porque já vi uma vez o 24 horas - que acompanha o dia todo deles,  e você tem certeza no final do dia, que o programa emociona pela edição. Porque pouco acontece num dia inteiro. 

Mas minha resposta o frustrou:
“ - Amigo, sabe quando a gente se separa e não conhece a pessoa até ela virar ex? Ou quando se decepciona com uma grande amiga? Ou é passado pra trás? A gente não conhece as pessoas mesmo depois de anos, imagina se o pessoal que está lá dá pra se conhecer. Eles pegam a imagem de um, e transformam em novela, aí pessoal fica assistindo uma novela com pessoas reais. “

“ - Poxa; era só a senhora responder se era pro Davi ou Yasmin. Todo mundo tem que escolher um lado , viu?”

“ - Entendo, mas como não assisto, não estou capacitada pra escolher nenhum um dos dois..”

“- Faz sentido”- ele encerrou esse papo. 

Sim, sou dessas eu respondo e engajo o papo em Uber. Mas longe de responder o que ele queria… 

Precisamos parar de nos ocuparmos com coisas e questões que não mudam nossas vidas. Ah Amanda; mas é entretenimento. Ok, se você souber dosar, pode ser. 

Mas a linha sempre é tênue. 

Eu já falei aqui uma vez, e repito: por que não começamos a dizer que não estamos aptos a dar tal resposta? Que não sabemos do que se trata?? Por que temos que ter uma opinião pra tudo? Ou então: “depende”. 

Gasta-se muita energia em debates vazios, ou com pessoas que nem prestam atenção nas nossas respostas. Por isso..

Veja se vale o embate. Veja se vale dividir sua opinião. Se o ouvinte ou o tema acrescentarão algo a seus dias. 
Caso contrário, jogar papo fora é uma coisa, ficar tensa e entrar em brigas por temas inócuos à sua vida, outra. 

Está difícil viver hoje em dia. Uns dias são mais fáceis, mas nos outros tem probleminhas do dia a dia, problemões, crises , boletos pra pagar, saúde pra manter ( ou recuperar), e por aí vai. Sem falar no cenário mundial: basta ligar a TV em canais de notícias e sentir na pele a emoção. ( não, não , por favor não ligue, você vai se arrepender). 

Então, guarde sua energia. Gaste-a com você, com quem te ouve, com temas que te engrandeçam, com coisas que te tragam de volta a energia que você lançou. 
Por falar nisso, eu vou resgatar minha energia depois desse dia de trabalho, indo buscar filho na escola, e colocarei a música do italiano Ludovico Enaudi* para tocar. 

*compositor e pianista italiano. Sugiro as músicas “una mattina” e “experience”. Se conseguir feche os olhos. Se gostar, ouça todas as música. Recarregue sua energia. Nisso e por isso vale a pena viver. Clique AQUI e escute também.

Abraço musical,
Amanda Lima