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Músicas-chiclete: saiba porque algumas músicas não saem da cabeça

Especialista destaca que, exatamente por terem essas características, essas músicas são tocadas mais vezes nas rádios e nos outros canais de mídia (Foto: Internet / Reprodução) **Clique para ampliar

Publicado em 09/12/2022

Por que ficamos quase que inconscientemente com algumas músicas na cabeça mesmo sem perceber? A ciência pode nos dar a resposta para essas questões.

De acordo com o neurocientista Fabiano de Abreu, esse acontecimento é chamado formalmente de síndrome da canção presa, ou, informalmente, vermes de ouvido (earworms, em inglês). “Como foi demonstrado, as músicas que geralmente ficam gravadas têm características comuns, tais como: são mais rápidas, com uma melodia bastante genérica e fácil de lembrar, mas com alguns intervalos únicos, tais como saltos ou repetições que a distinguem das demais”, disse. 

Segundo Fabiano, outro detalhe importante é que exatamente por terem essas características, as músicas-chiclete são tocadas mais vezes nas rádios e nos outros canais de mídia. 

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O Dr. Kelly Jakubowski, do Departamento de Música da Universidade de Durham, comprovou em estudo científico que realmente existem tipos musicais mais suscetíveis a este acontecimento tais como o gênero pop e rap. “Inclusive, esse tipo de estudo mostrou aos cientistas que análises deste gênero ajudam a compreender a forma como funcionam as redes cerebrais que estão envolvidas na percepção, memória, emoções e pensamento livre”, disse. 

Srini Pillay, investigadora em Harvard, também estudou o tema e concluiu que pessoas com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), as ansiosas e as estressadas têm mais probabilidade ao acontecimento, poi o seu cérebro se agarra a uma ideia repetitiva e fica com ela. Além disso, pessoas com formação musical também podem ser mais suscetíveis. 

Experimento

A Universidade Dartmouth levou a cabo um experimento social em que vários voluntários iriam ouvir uma música sem saber com antecedência qual seria. Os investigadores percebram que, quando o ouvinte reconhecia a música, o córtex auditivo continuava a trabalhar, relembrando a melodia. Por outro lado, quando o ouvinte não conhecia a música, a mente do sujeito ficava vazia. Para ocupar esse espaço, o cérebro começava a repetir o que tinha acabado de ouvir. 

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De acordo com o especialista, o mecanismo exato que causa este fenômeno no cérebro ainda não foi totalmente descoberto, mas pode passar muito pela nossa evolução enquanto humanos. Mesmo antes da escrita, tínhamos que passar informações adiante e as músicas eram um desses instrumentos para passar história e conhecimento. 

“Alguns cientistas acreditam que o cérebro humano se tornou altamente propenso a gravar informações faladas ou cantadas e associar algumas palavras a sentimentos e emoções que vão mais tarde ativar memórias”, finalizou.

Da redação

 

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