Feriadão de Carnaval, fazer o que?
O movimento é quase que geral de não trabalhar, aproveitar o ócio
Grande parte, maior parte ou tudo que refletimos fica conosco, no nosso íntimo. Quem faz terapia divide com o terapeuta. (Ou uma parte dessa reflexão é dividida).
Se isso não se encaixa com você, e você é expansiva (o) e divide suas reflexões aos 4 ventos, tudo bem. Desculpas aceitas, esse texto talvez não seja pra você. Mas continue (na gentileza) a ler. Vai que..
Ao longo do carnaval, quer você tenha trabalhado ou não, o movimento é quase que geral de não trabalhar, aproveitar o ócio. Se você vai seguir o filósofo Domenico de Masi e torná-lo criativo, já é outra história. O carnaval é um feriado, para ser feriado. Curtir, da maneira que você achar melhor. Seja acordado e virando noites em bloquinhos ou em sambódromos, indo a praias, ou cinemas, ou colocando séries e sono em dia.
Um feriado que remonta à antiguidade,à Igreja Católica, que durante a Alta Idade Média, criou a Quaresma — período de 40 dias antes da Páscoa caracterizado pelo jejum. Tempos depois, as festividades realizadas pelo povo foram concentradas nesse período e nomeadas carnis levale**. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos.
Deu de história e contextualização, retomamos à reflexão. Há os que defendem que carnaval mobiliza economia e turismo, inspira liberdade, para ser quem quiser - nem que seja na avenida ou desfilando fantasiado - no feriado. Há o Joãozinho Trinta, famoso carnavalesco que dizia que desfile das escolas é uma ópera de rua. E mais: que Pobre gosta de luxo. Que quem gosta de miséria é intelectual.
Há os outros que questionam os custos e gastos. O que poderia estar sendo investido em tantas outras áreas, e há até os que questionam os porquês das celebrações diante das desgraças diárias, ausência de infraestrutura e segurança, e questões cotidianas.
E aí? É necessário tomar um lado? Ter uma opinião formada sobre? Talvez não. Talvez você só precise refletir. E sendo adulto que somos, fazer a melhor escolha. Combinar um pouco de tudo, ficar somente off, ou totalmente on em bloquinhos: isso só cabe a cada um.
Assim como a vida.
Como levamos, como a encaramos, festando ou curtindo caseiramente, interagindo com o bloco todo, ou somente contando nos dedos os que receberão seu contato, é totalmente sua escolha. O personagem que você vai escolher para trilhar esse caminho também.( alguns escolhem máscaras - mas aí não vamos entrar nessa saga filosófica de personalidade ).
A vida é sua.
Como você irá vive-lá também.
Uma coisa é certa: eu fiz um pouco dos dois. Tanto fui à praia e curti filhos, como também fui à passarela ver as escolas. E sabe o que eu vi? Esse sorriso de poder ser quem você quiser, nem que seja por uma noite.
E só por isso, mesmo que a gente só reflita, sem concordar ou discutir, ser feliz genuinamente, sorrir até a bochecha doer, já é motivo para o feriado valer o ano todo.
Né?
**A palavra Carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é “retirar a carne”. Esse sentido está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e também ao controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de controlar os desejos dos fiéis.
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Da redação
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Sobre o autor
Amanda Lima
Cirurgiã dentista - Especialista em prótese dentária / Pós graduada em odontogeriatria
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