Desordem ao redor, caos por dentro? Entenda a conexão
Pequenas mudanças nos espaços podem gerar grandes impactos no bem-estar
Inteligência Emocional (IE) pode ser definida como a capacidade de compreender e gerenciar as próprias emoções, além de identificar e lidar com as emoções dos outros, envolvendo habilidades como autoconsciência, autorregulação, empatia e comportamento social. É um dos atributos mais valorizados no mundo corporativo, pois tem influência direta no desempenho e produtividade, liderança, resolução de conflitos, motivação e autoconfiança. A IE pode ser desenvolvida a partir de alguns pilares, como conhecimento e controle das emoções, automotivação e relacionamento interpessoal, no entanto, há um fator que poucos conhecem que pode influenciar a Inteligência Emocional: o ambiente onde a pessoa reside ou trabalha.
É o campo de estudo da Neuroarquitetura, que combina conhecimentos da neurociência com técnicas de arquitetura e design, buscando criar ambientes que promovam o equilíbrio emocional e o bem-estar psicológico. Segundo a arquiteta e professora do curso de IE, Andrea Ribeiro Gomes, diagnosticar como o ambiente da casa ou do trabalho influencia diretamente sua inteligência emocional é fundamental.
De acordo com essa perspectiva, os elementos do espaço, como a iluminação, os núcleos, as formas e até a disposição dos móveis, impactam diretamente a forma como o nosso cérebro processa informações. A Neuroarquitetura estuda como o ambiente afeta as emoções das pessoas e as diferentes substâncias produzidas pelo cérebro. Essas substâncias são capazes de alterar o humor e o comportamento das pessoas em qualquer espaço, a curto, médio e longo prazo.
Emoções: de fora para dentro, de dentro para fora
De acordo com a arquiteta, estima-se que as pessoas passem mais de 90% do seu tempo em ambientes fechados. E para o bem-estar, uma das premissas é a organização do ambiente para a percepção dos cinco sentidos. Andrea aponta dois caminhos práticos para iniciar o aperfeiçoamento de nossa Inteligência emocional relacionado ao ambiente em que vivemos. “O primeiro caminho, para pessoas já mais conscientes de suas emoções, percebendo como está seu interior e mudando de dentro para fora. São as pessoas que, à medida que começam a se conhecer melhor e se organizar emocionalmente, automaticamente começam a arrumar armários, doar objetos sem uso e criar espaço para o novo, e os ambientes externos, da casa e do trabalho, refletem as mudanças”. O outro caminho, para pessoas mais estagnadas ou travadas emocionalmente, que possuem dificuldade de conexão interna com seus sentimentos, é a ação imediata de fora para dentro, mas para isso funcionar direito, deve-se trabalhar com baby steps, ou seja, pequenos passos diários, complementa Andrea”.
A professora indica dois baby steps para o ambiente profissional e para o lar:
No ambiente de trabalho: limpar e organizar sua mesa antes de iniciar o dia, colocando algo bonito e efêmero para lembrar que todo dia é um bom dia para ser feliz, e que tudo na vida tem ciclos de início e fim. Uma flor, um aroma ou até mesmo um lindo copo d’água podem ajudar nessa mudança de padrão mental. Além disso, agradecer antes de abrir o computador é transformador também.
Em casa: acordar 10 minutos mais cedo, espreguiçar bastante e fazer um agradecimento sincero antes de se levantar. Uma foto divertida, uma imagem espiritual ou até uma linda pedra no criado-mudo ao lado da cama lhe ajudarão neste ritual diário de mudança cognitiva do início do seu dia, que com certeza se refletirá no seu humor ao acordar.
Andrea explica que a adaptabilidade do ser humano ao mundo pode ser paradoxal, tanto uma vantagem quanto uma armadilha. “O comportamento nos leva a escolhas e o que não nos interessa é desprezado momentaneamente. Caso desprezemos parte de nossa experiencia em nosso habitat porque escolhemos que o importante é cumprir o prazo de entrega do trabalho mesmo que o ambiente de trabalho esteja sujo e desorganizado; ou o importante é eu não me desfazer destas coisas porque um dia posso precisar mesmo não tendo espaço suficiente; ou até mesmo o importante é economizar no aluguel/transporte/alimentação e viver em um ambiente toxico emocionalmente, os resultados a médio e longo prazo, tanto materiais quanto emocionais, podem estar comprometidos. Assim, “meio ambiente construído lhe oferece possibilidades de viver mais conectado com você mesmo e assim melhorar seu nível de inteligência emocional. E para isto acontecer, precisa decidir mudar, seja de fora para dentro, seja de dentro para fora. Afinal, tudo está interconectado e os aprendizados acontecem o tempo todo, e em todos os lugares com todas as pessoas ao seu redor”, finaliza Andrea.
Da redação
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