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Cerca de 20 milhões de brasileiros são diabéticos
Neste Dia Nacional do Diabetes especialista fala sobre cuidado com carboidratos, consumo de açúcar e tratamentos

A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que mais de 46% da população não sabem que têm a doença. (Foto: Freepik)

Publicado em 26/06/2024

De acordo com a pesquisa Vigitel Brasil 2023, o diabetes atinge 10,2% da população. Considerando o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicando que a população brasileira é formada por 203.080.756 pessoas. Isso indica que a estimativa de pessoas com diabetes no país seria de aproximadamente 20 milhões. A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que mais de 46% da população não sabem que têm a doença. E para chamar atenção de todos para o problema, 26 de junho é o Dia Nacional do Diabetes.

Essa é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, pode levar à morte. Um ponto que todos sabem sobre a enfermidade é que o consumo de açúcar é prejudicial.

A endocrinologista Thaís Castanheira de Freitas Resende lembra que os diabéticos devem buscar substituir açúcar por adoçante. “O consumo de açúcar livre na dieta dificulta o controle da doença e é desencorajado. Os hábitos alimentares que prejudicam o controle do diabetes são os rotineiros, o paciente não deve ter como rotina se alimentar de refrigerantes, chocolates, bolachas e etc. Mas eventualmente, o consumo esporádico desses alimentos é tolerado e, por não ser algo frequente, não terá impacto relevante no tratamento”, destaca.

Carboidratos
No entanto, um ponto que poucas pessoas sabem é que o consumo de carboidratos também pode fazer mal para todos e levar ao desenvolvimento da doença. “O consumo excessivo de carboidratos é deletério para pessoas com e sem diabetes. O carboidrato em excesso será ‘armazenado’ no nosso organismo em forma de gordura, acrescendo peso e colaborando para obesidade e todas as consequências que essa gera. Além disso, é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de pré-diabetes e diabetes”, pontua a médica.

Thaís Castanheira explica que o consumo de carboidratos precisa ser moderado. “O que é deletério é o consumo excessivo de carboidratos. Não se recomenda a eliminação deste na dieta, mesmo em pacientes diabéticos. Recomenda-se uma dieta balanceada, obedecendo a proporção de carboidratos 55%, gorduras 35% e proteínas 20% das calorias consumidas no dia. Estimula-se também o uso de carboidratos do tipo integrais, apesar deles também serem fontes de glicose, contém mais fibras, são menos processados e, portanto, conferem mais saciedade”.

Tratamento
A especialista salienta que atualmente o tratamento do diabetes depende do tipo da doença que a pessoa tem. “Para pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 o tratamento é através do uso de insulina, que pode ser aplicada através de seringas, canetas e bomba de infusão contínua de insulina. Para os pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2, cujo pilar é a resistência à ação da insulina, o tratamento inicial é medicamentoso, porém, pode haver necessidade de insulina em algum momento. Independente do tipo de diabetes, as mudanças de estilo de vida, como realização de exercícios, melhora da dieta, cessar tabagismo e etilismo são de grande valia para alcançar o melhor controle”.

Por sua vez, em relação aos remédios, a endocrinologista conta que existem novidades, principalmente sobre os medicamentos que auxiliam não só no controle do diabetes, mas também na perda de peso. “A obesidade muitas vezes anda junto com o aparecimento do diabetes e o controle do peso é um dos pilares do tratamento. Algumas medicações já estão no mercado, como a liraglutida e semaglutida, que atuam nessas duas frentes e têm mostrado grandes resultados. Aguarda-se para os próximos meses novas medicações, como a Tirzepatida, cujos resultados em artigos científicos são muito animadores”, exemplifica Thais Castanheira.

 

 

Da redação

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