A importância do sono para a saúde física e mental
Comemorado anualmente na última sexta-feira antes do equinócio - o de outono para o hemisfério sul e o de primavera para o hemisfério norte -, o Dia Mundial do Sono é uma iniciativa da World Sleep Foundation, representada no Brasil pela ABS (Associação Brasileira do Sono). A data surgiu com o objetivo de celebrar a importância do sono e levantar questões importantes da saúde física e mental que estão atreladas diretamente à boa qualidade do sono.
O sono é um sistema de acolhimento e para conseguir dormir direito, é necessário criar um ambiente que acolha esse momento de interiorização no qual se perde a consciência do mundo exterior, desligando-se dos sentidos. Uma das grandes barreiras para este sono profundo e restaurador é a insônia, que atinge mais de 73 milhões de brasileiros, segundo a ABS. A insônia é o que impede o corpo de se energizar e se revitalizar, gerando baixo desempenho no trabalho, na escola e em esportes, por exemplo.
Por ser um distúrbio que atinge uma grande parcela da população, muitos acreditam que algumas noites mal dormidas não fazem um grande mal à saúde, porém, a insônia pode estar ligada a outros fatores, como ansiedade, depressão, síndrome do pânico ou problemas cardiovasculares. “Não dormir bem significa degradar lentamente a saúde como um todo, pois também torna-se mais fácil desenvolver doenças crônicas, já que a ausência do sono leva à diminuição da imunidade a longo prazo”, como explica o médico Matheus Macêdo - primeiro brasileiro formado em Medicina e Cirurgia Ayurvédica na Índia (BAMS) e fundador do Vida Veda, plataforma de saúde e bem-estar.
Além disso, existem diversas causas que podem desencadear em insônia, começando pelo estresse - trabalho, família, compromissos, preocupações, afazeres e a correria diária levam facilmente ao estresse da vida urbana. Em segundo lugar, o distúrbio pode ser provocado pelos horários de trabalho e de estudos ruins: “Meus pacientes relatam questões como ter aula até às dez e meia da noite, plantões durante a madrugada no trabalho ou um chefe que manda e-mails em qualquer horário do dia ou da noite, por exemplo. Casos como esses podem provocar insônia pela exposição excessiva a luzes e eletrônicos”, comenta o médico.
Os maus hábitos de sono ou uma rotina noturna ruim figuram como a terceira causa da insônia, e comer muito e logo antes de dormir é a causa número quatro. Já os problemas de saúde mental, algumas condições médicas específicas ou o uso de determinados medicamentos são fatores secundários para o desenvolvimento da insônia.
Segundo Matheus, regularizar os horários de trabalho e estudo, comer sempre nos mesmos horários e fazer exercícios todos os dias já é considerado um tratamento para insônia. “A primeira parte de qualquer tratamento é aquela em que removemos a causa do problema, por isso o primeiro passo para tratar a insônia é agir diretamente na causa. Ou seja, se a insônia é por horários desregulados, é necessário regular. Se a causa é o estresse, deve-se encontrar formas de gerenciar esse estresse.”
O médico ainda explica que o sono está relacionado ao movimento, ao silêncio e à alimentação, que compõem os quatro pilares da vida e que agem integrados na saúde do ser humano. Como tratamento para a insônia é necessário repensar o pilar da alimentação em primeiro lugar. “Se a pessoa se alimenta mal, nos horários errados e com refeições pesadas antes de dormir, não adianta tomar remédio para dormir melhor. Em segundo lugar está a atividade física diária como uma excelente oportunidade de melhorar o sono e a saúde em geral. Já o pilar do silêncio é o que permite acalmar a mente e, por isso, a base da saúde mental. Em resumo, para se aprofundar no pilar do sono, o melhor é aprender sobre os quatro pilares da saúde”, conclui Matheus.
Da redação
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