00:00
21° | Nublado

A Casa do Pai, por Luzia Almeida

E, e vendo seu Pastor, firmou-se na sua dependência de ovelha. (Foto: M Arham Nawaz por Pixabay)

Publicado em 27/03/2024

         O Salmo 23 e a Casa do Pai apontam para o Senhor Jesus, o Grande Eu Sou. Nele os verbos que nos acometem encontram saída e o que parece uma noite sem fim pode transformar-se numa manhã ensolarada por conta dos raios da glória do seu amor: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”.

          O Senhor afirmou: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim” (João 10.14). O que seria mais importante que ser ovelha dele? Ser ovelha implica vulnerabilidade, fragilidade e carência. Não existe uma ovelha que seja independente e autossuficiente. Todas dependem de um pastor, dependem de quem as guie e as leve para pastar. E o Senhor Jesus é aquele que não negocia a vida de suas ovelhas. Ele mesmo deu sua vida por elas.

          É Ele quem as “faz repousar em pastos verdejantes”. E as leva “para junto das águas de descanso”: Descansar é uma palavra explosiva em nossos dias. São tantas as canseiras e os aborrecimentos que descansar é quase “um sonho de consumo”. O homem cego de nascença vivia cansado de suas trevas (João 9). Sem as cores e o contorno das flores, ele vivia dos cheiros e do tato. Ele não tinha a luz necessária para ver, mas foi visto pelo Bom Pastor: “Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença” (João 9.1). Tanta coisa pra Ele ver. Era uma estrada, havia toda uma representação geográfica e Ele estava acompanhado de seus discípulos: caminhavam, conversavam, mas os olhos do Senhor captaram aquele que estava cansado de suas trevas. Ele fez um unguento com terra e saliva e disse ao cego: “Vai, lava-te no tanque de Siloé”. Ele foi e voltou vendo. E, e vendo seu Pastor, firmou-se na sua dependência de ovelha.

          Ele cura, Ele prepara “uma mesa na presença dos meus adversários”: os adversários eram legiões e estavam dentro do homem e o atormentavam de dia e de noite, de modo que já não era homem, era fera. O gadareno sofria, mas havia um Pastor seguindo em sua direção determinado a libertá-lo dos inimigos alojados. Ninguém poderia fazer nada e, embora tentassem, o resultado era um acúmulo de fracassos. Então, a mesa da misericórdia foi posta diante dele e de todos, para que todos soubessem que aquele que concede luz, também concede paz. Ninguém poderia sossegar a alma atormentada do gadareno, somente o Filho da Justiça. Glórias ao seu Santo Nome!

          Ele acompanha: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal, porque tu estás comigo”. Mesmo diante da morte, quando o corpo sucumbe pela doença, temos no Senhor a oportunidade da vida. Com Lázaro (João 11) foi assim, a doença se manifestou ferozmente, mas ao comando do Senhor, nem a doença nem mesmo a morte poderiam embaraçá-lo: “Lázaro vem para fora” é mais que uma ordem, é uma música. É poder que se manifesta ultrapassando o entendimento daqueles que já estavam com os olhos secos de tanto chorar. Se a morte não foi capaz de segurar Lázaro além de quatro dias, também não podem o vício, a pornografia e a ganância segurar tantos Lázaros espalhados pela cidade, porque o Senhor é fonte de eternas misericórdias.

          Portanto, “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre”. O homem que era cego de nascença, o gadareno e Lázaro são exemplos de ovelhas que encontraram no Senhor Jesus a proteção de que necessitavam. Perdidos, encontraram a Casa do Pai.


Sobre o autor

Luzia Almeida

Luzia Almeida é professora, escritora e mestra em Comunicação


Ver outros artigos escritos?