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Yago Dora faz história e inspira surfistas do Sul
O surfista catarinense conquistou o título mundial em Fiji e foi recebido com festa na capital

Yago Dora exibe o troféu da WSL ao desembarcar em Florianópolis, celebrando conquista histórica. (Fotos: Acervo pessoal)

Publicado em 09/09/2025

E o nosso personagem da semana, Yago Dora, construiu sua história nas praias de Florianópolis depois de nascer em Curitiba, em 18 de maio de 1996. Filho de Leandro Dora, conhecido como “Grilo”, ex-surfista profissional e um dos técnicos mais renomados do país, Yago demorou a enxergar o surfe como carreira. Começou a surfar aos 11 anos, mas só aos 16 decidiu se dedicar de forma mais séria ao esporte. “Meu pai soube levar isso de uma maneira leve. Comecei a surfar por diversão e tento me lembrar disso todo dia: surfo porque é o que eu amo”, afirmou.

A mudança da família para Florianópolis quando Yago tinha quatro anos proporcionou o ambiente ideal para seu desenvolvimento. A cidade catarinense, com praias perfeitas para o surfe, tornou-se o lugar onde ele cresceu, aprendeu a surfar e se apaixonou pelo esporte. Apesar de ter o pai como técnico, Yago passou por uma fase de amadurecimento e desenvolvimento de seu estilo próprio, tornando-se um surfista goofy, com destaque no estilo livre, capaz de enfrentar tubos e ondas grandes com habilidade.

Ascensão internacional e quase Olimpíadas

Yago Dora começou a ganhar destaque internacional em 2017, ao vencer etapas importantes do circuito mundial, superando nomes como John John Florence, Gabriel Medina e Mick Fanning, embora tenha perdido algumas decisões para outros grandes surfistas como Adriano de Souza.

Entre 2023 e 2024, esteve muito próximo de se classificar para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Na Liga Mundial de Surfe (WSL) de 2023, que serviu como classificatório olímpico, terminou como quarto melhor brasileiro, garantindo experiência e visibilidade internacional. No ISA Games de 2024, em Porto Rico, substituiu o surfista João Chianca e foi peça fundamental para o título brasileiro por equipes, destacando-se com as maiores notas do evento e sendo decisivo na classificação de Gabriel Medina para os Jogos.

 

O campeão busca inspirar a nova geração de surfistas no Sul do Brasil.

 

Mudança radical e nova fase de carreira

Com o início do ciclo olímpico de 2025, Yago optou por mudanças radicais na carreira. Deixou de ser treinado pelo pai, que permaneceu próximo, mas agora apenas como torcedor e apoio familiar, e passou a ser orientado por Leandro da Silva, mantendo também o contato com o australiano Jack Robinson. Esta fase trouxe novos métodos, disciplina e foco, aliados a práticas de ioga, meditação e visualização diária, que ajudaram a manter a mente equilibrada para as competições. “Tenho feito ioga há algum tempo, faço bastante respiração, meditação, visualização, a prática completa. Isso me ajuda a manter a cabeça no lugar e o foco afiado para os dias de competição”, contou.

Conquista histórica em Fiji

O ponto alto de sua carreira ocorreu na última segunda-feira (1º), em Cloudbreak, Fiji, quando Yago Dora conquistou o título mundial da WSL ao superar o norte-americano Griffin Colapinto na decisão, com 15.66 contra 12.33. O adversário chegou a assumir a liderança nos últimos 20 minutos, mas Yago surfar a melhor onda até então e garantiu a vitória. “Começou a passar um filme da temporada toda, todas as dificuldades que enfrentei, os momentos bons e ruins, quando eu vi que tinha acabado e tinha dado tudo certo”, lembrou.

Troféu da WSL trouxe emoção para Floripa

O retorno a Florianópolis na manhã do domingo (7) foi marcado por uma recepção histórica. Yago desembarcou por volta das 11h no Aeroporto Internacional da cidade, com o troféu da WSL em mãos, e foi saudado por fãs de todas as idades, incluindo crianças que usavam máscaras em sua homenagem. Em seguida, ele subiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros para uma carreata pelos bairros da cidade, com ponto final no Rio Tavares, onde mora. Surpreso e emocionado, Yago comentou: “Agora que vai caindo a ficha mesmo. Fico muito feliz de ver o carinho de todos por mim”.

 

Fãs de todas as idades aguardam a chegada do campeão mundial no Aeroporto Internacional da capital.

 

Legado e inspiração

Yago Dora quer ser mais que um campeão mundial: busca inspirar a nova geração de surfistas do Sul do Brasil, mostrando que é possível transformar paixão em profissão. “Esse título é muito bom para motivar toda uma geração de surfistas. Sou o primeiro campeão mundial do Sul do Brasil, e espero conseguir mostrar o caminho para cada vez mais crianças seguirem os meus passos”, afirmou.

Sua história de superação, disciplina e amor pelo surfe o coloca não apenas como destaque da Brazilian Storm, mas como referência global no esporte. Entre mudanças radicais de preparação, dedicação diária e vitórias internacionais, Yago construiu um legado que combina talento, perseverança e caráter, provando que o surfe catarinense também tem vez no pódio mundial.

 

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Da redação

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