USE AS REDES SOCIAIS A SEU FAVOR
Saber explorar com inteligência o que as novas mídias oferecem depende exclusivamente do seu comportamento diante da tela
Um post impulsivo + um comentário infeliz = um dia ruim. Ou vários, dependendo da gravidade do tema ou do potencial viral da bomba lançada. São muitas as histórias pessoais e cases corporativos sobre as derrapadas na rede. Em tempos de hiperconexão não tenha dúvida: estão todos de olho no que você fala, como fala e para quem fala. E o ambiente todo está propício (#tatranquilotafavoravel) se somarmos a liberdade de expressão ao volume de informação que circula nas redes diariamente aliados ao campo fértil e ilimitado de espaços: facebook, instagram, twitter, snapchat e linkedin, só para citar os mais populares. A diferença entre alcançar seus 15 minutos de fama com um posicionamento inteligente ou com a execração pública é só uma questão de postura diante da tela.
Bom lembrar que toda crise é gerada por não se medir a consequência do ato. Quem está ativo na rede, é uma espécie de veículo de comunicação, só que interativo. Você fala, exprime suas opiniões, mas também tem que ouvir. Nesse bate e rebate, nem sempre o clima é de amizade ou cumplicidade. Quem fala sem pensar nem imagina o que pode vir dali. E vem. Justine Sacco, de 30 anos, diretora sênior de comunicações corporativas na IAC/InterActiveCorp, é um exemplo clássico. Viajando para a Cidade do Cabo, onde visitaria parentes, postou antes de embarcar: “Partindo para a África. Espero não pegar Aids. Brincadeirinha. Sou branca!”. Foi o começo do seu fim. Depois de desligar o celular e ficar incomunicável por 11 horas não acreditou no que teve que enfrentar quando o avião aterrissou. Justine, que só tinha 170 seguidores no twitter, provocou dezenas de milhares de twitters que a condenavam pelo seu suposto racismo. Ela perdeu o emprego, foi execrada publicamente, agredida no aeroporto por pessoas que a aguardavam. Virou o maior trending topic mundial do twitter. Foi destruída.
A ferocidade dos usuários do twitter contra Justine é, de certa forma, reflexo da intolerância cada vez mais presente nas redes, manifestada pelas bocas virtuais que, num surto epidêmico emocional, destilam ódio e preconceito neste imenso divã público que só a internet permite existir. São como forças antagônicas – de quem lança o preconceito e de quem os ataca - que, em vez de se compensarem, tornam as redes um campo de batalha cada vez mais feroz. Sim, vivemos uma era de intolerância digital, de grosseria on-line, de abuso e desvio do conceito “liberdade de expressão”.
Mas nem só de racismo, apologia ao crime, fascismo, neonazismo, xenofobia ou intolerância religiosa as redes sociais se alimentam. Há quem saiba com maestria fazer delas importantes ferramentas de comunicação estratégica, seja para perfis pessoais ou corporativos. Sim, existe inteligência na rede e quem tem acesso a uma boa consultoria de comunicação digital já está migrando do off para o on-line e ganhando visualização positiva de sua marca com isso. Mas, se você, como a maioria dos milhões de usuários do “feice”, não tem à disposição os melhores estrategistas digitais a seus pés, segue algumas regrinhas básicas para usar as redes sociais a seu favor.
Pense antes de curtir ou compartilhar um post - A regra é: verifique a veracidade daquela informação. Há mais montagens de fotos e mentiras travestidas de notícias do que você imagina. Quem não verifica contribui para a imbecilidade e o descrédito das redes. E faz papel de bobo...
Publique com inteligência – Busque um diferencial postando algo relevante, inteligente, com análise. De bobagens digitais, emoticons e outras publicações vazias a internet já está cheia.
Evite debates inúteis – Sabe aqueles momentos tensos, de debates políticos e religiosos, onde as pessoas se manifestam irracionalmente, com preconceito e intolerância? Ignore. Role o scrool imediatamente. Tudo o que você disser poderá ser usado contra você e seus negócios.
Cuide da sua imagem – Você já é um adulto? Tem uma profissão? É pai ou mãe? Tem uma imagem a zelar? Então deixe pra lá as fotos de bebedeiras, baladas, roupas de banho e outras situações que não vão agregar em nada, ao contrário, vão provocar avaliações públicas a seu respeito.
Leia novamente antes de publicar – Analise da seguinte forma: esse post pode causar prejuízo à minha imagem? Pode desencadear uma polêmica vazia? Posso ser mal interpretado? Posso me arrepender mais tarde? Se a resposta foi sim para pelo menos uma das questões, delete tudo. O risco não valerá a pena.
Não vire figurinha carimbada – Sabe aquela tia que curte tudo, que comenta tudo até quando não tem opinião e que quando não tem mesmo o que dizer, enche a linha de emoticons manjados? Não se transforme em uma. Ninguém merece.
Amplie seus contatos – Uma das coisas valiosas da rede é o networking. Busque ampliar sua rede de contatos, trazendo pra si pessoas que podem agregar profissionalmente, gerar negócios ou contribuir com sua inteligência. Mas calma lá, não saia por aí convidando meio mundo para ser seu amigo. Isso não pega bem. O valor está na qualidade e não na quantidade.
Não faça das redes seu diário de bordo – Ninguém, às vezes nem mesmo a sua mãe, está interessado em saber o que você almoçou, em que loja entrou, que horas chegou ou saiu do trabalho. Rotina todo mundo tem e quem compartilha a sua ganha troféu de chato.
Facebook não é psicólogo – Resista bravamente àquela pergunta “como você está se sentindo?”. Tem gente que encara aquilo como um divã digital e conta realmente tu-do. Preserve-se!
Ah... o bom português, sempre! – A comunicação on-line permite sim algumas abreviações, memes e termos em inglês, sem dúvida. Mas nem por isso descuide da ortografia e da gramática. Se você escorrega na língua, dá uma boa pista aos seus seguidores do seu grau de instrução.