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Uma vida entrelaçada de superação, poesia e legado
Aos 73 anos, Ester Macedo autografa “Estações Entrelaçadas” no dia 14 de julho

O namoro com José Ferreira de Macedo, iniciado aos 15 anos – quando ela conheceu o “Zeca” comprando pão no armazém do bairro – rendeu 56 anos de estreita cumplicidade. (Foto: Acervo Pessoal) ***CLIQUE PARA AMPLIAR FOTO

Publicado em 09/07/2024

Natural de Caçador, Ester Macedo é filha de Carlos Valdemar de Souza e Irene Koerich de Souza, e passou parte da infância vivendo com os avós maternos, Zita Althoff e Eugênio Raulino Koerich, enquanto a casa da família era construída em São José. Desde cedo, já via os pais, os tios e os avós construírem a muitas mãos a base de um dos grupos mais sólidos de Santa Catarina. Aos 11 anos, para seguir estudando, precisou se mudar para Florianópolis, e passou a morar com uma tia para frequentar o Instituto Estadual de Educação. Disposta a fazer vestibular, precisou percorrer um caminho sinuoso até, finalmente, somar três graduações.

O namoro com José Ferreira de Macedo, iniciado aos 15 anos – quando ela conheceu o “Zeca” comprando pão no armazém do bairro – rendeu 56 anos de estreita cumplicidade. Até o casal se encorajar a fundar a Frangos Macedo, Ester precisou se adaptar a todas as mudanças impostas pela carreira do marido: viveram longe durante quatro anos, enquanto ele cursava Agronomia em Pelotas, depois ela largou a faculdade de Serviço Social na UFSC para morarem em Timbó, e quando nasceu a primeira filha, o casal já vivia em Tijucas.

Mais do que a Frangos Macedo, empresa que veio a ser a adquirida pela multinacional Tyson Foods após 35 anos sob o comando de seus fundadores, Ester e José Macedo construíram juntos uma grande família, com quatro filhos e 10 netos, sendo nove de sangue e uma neta adotiva. Graduada em Matemática (Udesc), Administração (ESAG) e Filosofia (Unisul), Ester chegou a concorrer a vice-prefeita de São José, dando mais um testemunho da sua capacidade e liderança.

Viúva desde 2021, quando em plena pandemia o marido perdeu a luta para o Parkinson e a Covid, Ester se viu diante de um abismo, e reconhece a escrita como ferramenta para a autodescoberta. “A experiência da superação do luto e da depressão própria dele, por meio da escrita poética, é surreal. E perceber que podemos nos tornar pessoas diferentes, possivelmente melhor do que éramos, é maravilhoso”, comemora Ester, que agora compartilha suas reflexões com o público, por meio do livro “Estações Entrelaçadas, nunca esquecerei as mulheres que já fui”.

Livro "Estações Entrelaçadas", de Ester Macedo.
 

O lançamento já está marcado, para 14 de julho na L‘Ile Brasserie, com coquetel, bolo temático, música e muitos amigos reunidos para comemorar a plenitude que Ester prova na maturidade. “No primeiro ano de luto, fui aos trambolhões. Foi tão intenso que nem lembro como o ano passou. Um ano mais tarde, entrei numa crise de ansiedade. Não dormia nem conseguia fazer nada produtivo. Então os poemas foram escritos num período muito marcante da minha vida de viúva! Vieram da minha alma um pouco perdida, enquanto juntava os pedaços para chegar aonde estou”, explica a autora, que 73 anos se dá ao luxo de viver intensamente, trabalhar ativamente e aprender continuamente, pela lente ampliada da alma de poeta.

Lindamente ilustrado com aquarelas de Samanta Rosa, o livro está sendo lançado pela Editora Ana Lavratti, que personaliza cada página com um buquê de flores e cores, para coroar os sentimentos e a visão do leitor. Escrito por Teca Mascarenhas, da Academia Catarinense de Letras, o prefácio induz o leitor a descortinar a obra como quem contempla um inventário de afetos. “Nas páginas desta autobiografia poetizada será possível vislumbrar que a escritora singrará livremente as águas do seu universo interior e nessa circum-navegação nos revelará o caudal de emoções e experiências que o constituem; não sem antes nos advertir que se o oceano pode especialmente se apresentar cintilante e plácido, ocasionalmente, todavia, também poderá surpreender turbulento e amedrontador”, resume a poeta e professora ao anunciar o “relicário” de memórias ao alcance do leitor.

Para a presidente da Academia Internacional de Literatura, Dolores Oenning de Andrade, “é impossível não se emocionar com as poesias e os relatos eivados de emoção que compõem esta belíssima obra, que só poderiam emergir de uma grande mulher”. A autora, Ester Macedo, ocupa a cadeira Cora Coralina na ACALI, e já havia lançado em 2005 um livro de história e genealogia com “A origem de famílias importantes”. À venda por R$ 80,00, “Estações Entrelaçadas” terá a íntegra da renda destinada à Associação Mantenedora do Apoio, que representa o CVV Florianópolis. Após o lançamento, o livro pode ser adquirido na Siqlo Tabacaria, no Beiramar Shopping.

 

 

Da redação

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