Transporte e comida puxam inflação em abril na Capital
O aumento médio dos preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias em Florianópolis foi de 0,97% em abril, mesmo com a forte redução na energia elétrica (-10,53%, em razão da mudança de bandeira tarifária). Os preços ligados aos transportes foram os principais responsáveis pela alta (especialmente combustíveis e passagens aéreas), além dos alimentos consumidos em casa.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 11,71%. Apenas nos quatro primeiros meses de 2022, o índice já subiu 3,92%. Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag).
Transportes
Quase todo o crescimento do índice de inflação estimado para o mês de abril pode ser explicado pelos aumentos em dois grupos pesquisados: transportes e alimentação.
Os preços ligados aos transportes tiveram novamente a maior variação no mês entre os grupos pesquisados (2,82%) e foram responsáveis por quase dois terços do índice geral de inflação.
Os aumentos que mais pesaram nesse grupo foram os dos combustíveis para automóveis (5,1%) e das passagens aéreas (8,1%) – ambos preços que já vinham subindo nos meses anteriores.
Alimentação
O encarecimento das comidas e bebidas foi de 1,63% em abril, respondendo por mais de um terço da inflação do mês. Se considerados apenas os alimentos comprados para consumo em casa, o aumento passou de 2%. Nos restaurantes e lanchonetes, a alta foi de 0,97%.
Aumentos fortes afetaram mesmo alimentos em época de safra – que deveriam ter preços baixos por causa da maior oferta – como a batata inglesa (33,6%). Aumentos nos custos de produção continuam pressionando os preços de produtos como o leite longa vida (14,7%) e o óleo de soja (7,9%). O macarrão subiu 6,4%.
Habitação
O grupo de preços pesquisados ligados à habitação foi o único que teve redução em abril (-1,91%). Isso se deve à queda de 10,53% nos preços da energia elétrica, resultado da mudança de bandeira tarifária. Como essa mudança ocorreu no meio do mês (16 de abril) parte dessa redução ainda deve aparecer no índice de maio.
De acordo com o coordenador do ICV/Udesc Esag, Hercílio Fernandes Neto, "sem essa queda, a inflação de abril teria ficado em 1,32%". O barateamento da energia, sozinho, reduziu em 26% o índice de inflação do mês. Como o reajuste anual em Santa Catarina é aplicado em agosto, ele ainda não anulou o efeito da redução na bandeira tarifária, como aconteceu em outros estados.
Outros preços
A redução no custo da energia elétrica compensou aos aumentos verificados nos demais grupos pesquisados. Com isso, praticamente todo o índice de abril pode ser explicado pelas altas dos transportes e da alimentação.
Com exceção de habitação (-1,91%) e dos serviços de comunicação (estáveis), houve alta em todos os grupos. Além de transportes e alimentação, subiram os preços dos artigos de residência (0,68%), vestuário (0,20%), saúde e cuidados pessoais (0,80%), despesas pessoais (0,76%) e educação (0,98%).
Sobre o Índice de Custo de Vida
O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 30 de abril.
A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.
Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.
Da redação
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