Thanksgiving: a tudo dai graças, por Fernando Loch
Somos uma nação diversa, um país de muitos países, uma nação de muitas culturas. Nossa identidade nacional é alicerçada na diversidade, na integração do povo com a sua comunidade e pelo amor ao futebol e ao carnaval. Mas os tempos mudaram, as fronteiras caíram e a cultura se modifica na velocidade com que a informação é absorvida.
O ecletismo de formas de manifestação é algo genuinamente brasileiro, algo que nos une a essa faceta multi facetada, nossa facilidade de transformação e adaptação; absorção. Isso se nota em todos os níveis e em todos os assuntos.
Uma crescente onda comercial varreu o imaginário das pessoas que, em pouco tempo, passaram a esperar novembro para poder aproveitar as ofertas. A Black Friday já faz parte do calendário nacional: “tudo pela metade do dobro”. Esse ano também foi visível o fervor com que se buscou aproveitar o Halloween. Tudo isso, é claro, gera receita, cria oportunidades de celebrações, ocasiões de encontros e festejos. Mas por que não “imitar”, também, algo belo e profundo como o Thanksgiving?
Sua origem remonta a quase 400 anos, quando os colonizadores da Nova Inglaterra comemoravam a Boa Colheita, repartiam suas bençãos e compartilhavam com seus pares e nativos os frutos de seu trabalho. Essa origem, na gratidão, é o que mais belo existe em algo tão simples.
Saber agradecer, compartilhar e comemorar a boa vida é o princípio de nossa humanidade. Não somos uma espécie em que o "mais forte prevaleceu", fomos forjados desde a nossa saída das savanas africanas à cooperação, ao trabalho em equipe e ao zelo com as pessoas próximas de nós. Não foi o mais rápido que chegou mais longe, a não ser, é claro, aquele que primeiro viu as folhas se mexerem ao ouvir o rugido de uma fera, foi o grupo unido aprendendo com as dificuldades, refletindo sobre os desafios e trabalhando de mãos dadas.
Nossa família humana nasceu para cooperar.
Que nesse fim de novembro, na quarta quinta-feira do mês, possamos lembrar de agradecer as bênçãos que nos cercam, que saibamos valorizar as pessoas próximas, mas também as distantes. Que nossa família sente-se ao redor de uma mesa farta e que, em cada prato servido, possamos lembrar com amor, das tantas famílias que não têm o que comer. Que possamos lembrar que nossa cidade tem problemas, mas não existe nenhum risco de ela amanhã à tarde ser bombardeada, que nos lembremos que temos nossas diferenças, mas os traços que mais nos tornam semelhantes são a nossa natureza humana interior, límpida e imaculada.
Muitas pessoas perseguem avidamente a felicidade, mas não observam o quanto já são felizes. Rápidos em reclamar, mas lentos para agradecer. A felicidade é um estado constante de gratidão por aquilo que temos agora, aqui, neste momento. Muito embora possamos estar mergulhados em problemas, em carência afetiva ou financeira, ou até mesmo doentes, em nós habita Um paraíso perfeito, uma chama límpida de amor e sabedoria. Aprender a fazer silêncio e observá-la com gratidão é o caminho para fazê-la também se manifestar em nosso dia a dia.
Façamos deste dia, o Thansgiving, o Dia de Ação de Graças, o nosso Dia de Gratidão! Enumere as inúmeras bênçãos que já possui. Enumere os amigos a quem deve gratidão. Enumere suas bênçãos. E “vibre de alegria”, sentindo-se a pessoa mais abençoada deste planeta, pois, se o fizeres, tenho certeza, assim te sentirás.
Não deixe de comemorar com sua família, pois é ela o seu bem mais precioso; não deixe de compartilhar com seus amigos, pois são eles que pavimentam seu caminho com alegria, incentivando a não desistir. E, por fim: não desista! Não seja o peru que morre na véspera. Pois todos aqueles que desistiram não alcançaram os seus objetivos.
Desejo a você tudo aquilo que sempre desejo para meus amigos e familiares: uma vida repleta de bênçãos.
Muito obrigado por ler este pequeno lembrete de amor!
Texto escrito pelo arquiteto Fernando Loch
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