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Quando pensei sobre o que escrever neste artigo, confesso que fiquei sem saber por onde começar. Enquanto escrevo, o Brasil chega a quase 4 mil casos do novo coronavírus (Covid-19) e 114 mortos; os números em São Paulo, com 84 mortes, impressionam. Certamente, o mundo não será o mesmo depois do combate mundial contra a pandemia deste vírus. Tenho trabalhado de casa, como grande parte dos trabalhadores que pode fazer o home office, mas não posso parar de pensar nas milhares ou milhões de pessoas que estão trabalhando em seus locais de trabalho.

Desde os heróis, os médicos que estão salvando vidas, e muitos tendo que se afastar das suas famílias para evitar contaminá-las, até o valente moto boy que entrega alimentos, remédios e o que precisarmos, em nossas casas. Confesso que agradeço todos os dias pela possibilidade de contribuir para que as empresas possam descobrir o que farão em um momento de queda vertiginosa da atividade econômica.

Me desafio  para permanecer firme, pois, podemos perder tudo na vida, menos a esperança. Tenho participado de reuniões online, todos os dias, algumas longas, com diversas especialistas, e percebo que, onde a liderança é forte, integradora, harmônica e determinada, os resultados têm sido mais eficazes neste momento de crise.

Sou um otimista por natureza, sempre gostei de História, em especial, estudei muito as guerras. Em momentos como este que estamos vivenciando é que conhecemos e percebemos quem é líder e quem não é. É hora de fazermos um pacto nacional, mundial. Precisamos nos unir e abrir mão de crenças e ideologias, sejam políticas, sociais e culturais para nos tornarmos verdadeiramente humanos.

Vivíamos um momento de ódio de divisão e acredito que fomos todos chamados para perceber que isso não faz mais sentido, esta falta de resiliência não tem razão. Precisamos entender que podemos ser amigos, podemos nos ajudar mesmo que tenhamos ideias ou vontades diferentes. Enquanto escrevo, recebo a informação que dois amigos estão internados na UTI em estado grave.

É incrível perceber que este isolamento social nos faz entender muitas outras coisas que havíamos escondido para dar razão à vida louca que vivemos, ou vivíamos. O frenesi da vida foi trocado por cidades vazias, quase fantasmas. Que a expressão “não tenho tempo pra nada” seja trocada por grandes momentos de reflexão e de oração que, certamente, nos transformarão.

Como nada neste mundo é por acaso, este momento nos deixará cicatrizes para o resto das nossas vidas, para lembrarmos que sempre que agirmos sem amor, com rancor ou com mágoas, possamos lembrar que a vida nos deu uma nova chance. Então, aproveitemos esta chance para agradecer por estarmos aqui lutando, e oremos por aqueles que partiram para nos dar um exemplo do que devemos fazer e ser daqui pra frente. Que venha este novo mundo, com pessoas melhores e muito mais humanas.