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Semana do Meio Ambiente escancara crise nas praias
Relatório da Sea Shepherd revela acúmulo recorde de resíduos no litoral brasileiro, com destaque para Florianópolis

Estudo nacional revela que todas as praias do Brasil têm presença de resíduos plásticos. Florianópolis figura entre os locais mais impactados, com destaque para Pântano do Sul e Praia do Rizzo. (Foto: Divulgação)

Publicado em 03/06/2025

Comemorada desde 1973 no início de junho, a Semana Mundial do Meio Ambiente volta os olhos da sociedade para os desafios da conservação ambiental. Em 2025, o foco está na luta contra a poluição plástica, considerada uma das maiores ameaças aos ecossistemas marinhos — especialmente por conta dos microplásticos, partículas quase invisíveis que podem levar até meio milênio para se decompor.

A campanha promovida pela ONU busca alertar a população sobre os danos causados pelo excesso de plástico descartável. Dados da entidade revelam que, globalmente, são produzidas mais de 430 milhões de toneladas desse material por ano. Cerca de dois terços dessa produção se transforma rapidamente em lixo, frequentemente lançado nos oceanos, onde compromete não apenas a fauna marinha, mas também a cadeia alimentar humana.

Brasil enfrenta contaminação generalizada nas praias

Um levantamento divulgado em 2024 expôs a gravidade do problema no Brasil: resíduos plásticos foram encontrados em todas as praias analisadas. A presença de microplásticos, por sua vez, foi identificada em 97% delas. Florianópolis, capital de Santa Catarina, destacou-se entre as mais afetadas.

A pesquisa, conduzida pela organização Sea Shepherd Brasil em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP, percorreu 700 km do litoral brasileiro ao longo de 16 meses, visitando 201 municípios entre o Chuí (RS) e o Oiapoque (AP). O resultado foi alarmante: foram localizados resíduos plásticos em áreas equivalentes a 22 campos de futebol, sendo 91% desse material composto por plásticos. Itens descartáveis, como tampas de garrafa, responderam por 61% do total. Já entre os maiores resíduos, as bitucas de cigarro foram os itens mais frequentes.

Um dado que chama atenção é que áreas remotas e consideradas protegidas ambientalmente também apresentaram altos níveis de resíduos de uso único, como copos e embalagens plásticas.

Santa Catarina lidera em densidade de microplásticos

Entre os estados com maior concentração de microplásticos por metro quadrado, Santa Catarina aparece no topo do ranking com 18,071 unidades. A Paraíba ocupa o segundo lugar com 13.063. Quando se observa as praias individualmente, duas localizadas em Florianópolis estão entre as três mais contaminadas:

Pântano do Sul (Florianópolis-SC): 144,1667 microplásticos/m²

Praia de Dentro (Mongaguá-SP): 83,0000 microplásticos/m²

Praia do Rizzo (Florianópolis-SC): 78,6667 microplásticos/m²

Praia do Botafogo (Rio de Janeiro-RJ): 55,6667 microplásticos/m²

Mariluz (Imbé-RS): 51,0000 microplásticos/m²

Ao todo, o estudo coletou 16 mil fragmentos de microplástico e 72 mil resíduos de maior porte. Em média, as praias brasileiras abrigam 4,5 microplásticos e 0,5 macrorresíduos por metro quadrado. Um em cada 12 itens recolhidos corresponde a filtros de cigarro.

As regiões Sul e Sudeste concentram os maiores índices tanto de lixo plástico visível quanto de microplásticos. Já o Rio Grande do Norte abriga três das cinco praias mais poluídas por resíduos maiores.

Autoridades locais reagem ao levantamento

Em resposta ao estudo, a prefeitura de Florianópolis declarou que a contaminação por microplásticos em suas praias não é, necessariamente, resultado da atividade local. Segundo a gestão municipal, correntes marítimas que trazem resíduos de outras regiões são as principais responsáveis pela poluição. Já o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) ressaltou que os dados levantados pela Sea Shepherd Brasil não têm relação direta com os indicadores de balneabilidade.

 

 

 

Da redação

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