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SC na proa da Economia do Mar, por Vinicius Lummertz

Uma das indústrias icônicas do segmento náutico, a Schaefer Yachts é referência internacional (Foto: Norton José)

Publicado em 09/11/2021

O tema desta semana me foi inspirado pela presença de cerca de 20 prefeitos, vices e vereadores catarinenses na abertura da SP Boat Show, maior evento náutico da América Latina que acontece até esta terça-feira, 09, na São Paulo Expo. A feira reúne vendedores das mais diversas embarcações, entre iates, lanchas e veleiros, além de representantes de inúmeros destinos náuticos. Qual não foi a surpresa da maioria dos nossos convidados de SC – aos quais agradeço a presença também na visita ao Instituto Butantan e no almoço oferecido pelo governador João Doria e pela primeira-dama Bia Doria, que é catarinense – ao saber que mais de 60% das empresas fabricantes dos barcos da exposição são de Santa Catarina, líder desse setor no Brasil.

Impressionados com a magnitude daquilo que nosso Estado representa para a indústria náutica no país e no exterior, observei a eles que, apesar dessa liderança, temos poucas – e, felizmente, muito boas – marinas nos quase 550 quilômetros de litoral. Entre essas poucas e boas, recebemos a notícia na abertura do SP Boat Show de que a Marina Itajaí foi eleita a segunda melhor do país na categoria Excelência do Prêmio Bombarco Baleia de Ouro 2021, a maior premiação do setor náutico no país. O primeiro lugar ficou com a Marinas Nacionais, de Guarujá (SP). 

Nas entrevistas para a imprensa que cobre o evento, lembrei que o turismo náutico possui grande potencial na geração de empregos: estima-se que uma estrutura náutica com cerca de 300 embarcações gere 780 postos de trabalho, movimentando cerca de R$ 141 milhões por ano. E é justo lembrar que a indústria náutica catarinense só ocupa hoje a liderança no Brasil em razão da política de incentivos fiscais implantada pelo Governo Luiz Henrique, que beneficiou os chamados “novos setores” do Turismo, como a produção de vinhos, queijos e outros que hoje já se consolidaram no cenário nacional e internacional. 

A produção de barcos de passeio faz parte de um grande segmento chamado Economia do Mar, abrange os alimentos do mar, a indústria naval, portos e transporte marítimo e os recursos oceânicos. Estudos feitos pela Fiesc mostram que somos o maior produtor de pescado do Brasil – que é 18º no mundo – mas ainda dependemos em mais de 50% da pesca extrativista, onde existe muita informalidade, enquanto a sustentável aquicultura representa menos que a outra metade.

Setor que faz parte da grande dimensão econômica chamada Turismo e Viagens, os navios de cruzeiro também se interligam à Economia do Mar. E, neste ponto, mais uma vez, SC está na proa: chega a Balneário Camboriú no próximo dia 16 o MSC Preziosa, primeira das cerca de 40 escalas de transatlânticos desta temporada no nosso litoral - entre BC, Itajaí e Porto Belo – a maioria delas em Balneário Camboriú, que receberá 22 viagens até 11 de abril de 2022. Aliás, os turistas vão ver uma grande novidade, que é o alargamento da Praia Central, obra que sem dúvida muda o patamar de um dos principais destinos turísticos do Brasil. 

Infelizmente, este ano as rotas internacionais com partidas do Brasil estão suspensas pela Anvisa por causa da pandemia. Restarão as viagens pelo litoral brasileiro. A readequação de roteiros fez com que o Porto de Itajaí perdesse os embarques internacionais previstos pela MSC para este verão. Único ponto de embarque para viagens de transatlântico na região Sul do país, no entanto, a cidade será ponto de partida para viagens da Costa Cruzeiros pelo mar brasileiro, a bordo do navio Costa Fascinosa. 

A expectativa é que os cruzeiros movimentem a economia no Litoral catarinense. A estimativa é que cada turista que viaja a bordo dos navios represente cerca de R$ 580 em cada parada. O Ministério do Turismo espera uma movimentação de R$ 2,5 bilhões na economia do país, e geração de 35 mil empregos durante a temporada de cruzeiros. Tudo o que acabo de expor aqui mostra que também no Turismo e Viagens e na Economia do Mar tem um potencial enorme a ser desenvolvido. 

Mas, para isso, é preciso em primeiro lugar planejamento – e planejamento integrado com outros segmentos da economia, como indústria, comércio, agricultura e serviços – com a estruturação, ou seja, obras e ações estratégicas, e a promoção por meio da mídia nacional e internacional. Este é o destino de Santa Catarina: estar sempre na proa da qualidade de vida e do desenvolvimento econômico do Brasil.

 

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