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Raul Mourão transforma o cotidiano em exposição
Primeira exposição individual do artista carioca em Florianópolis reúne obras inéditas e peças históricas

Raul Mourão transforma o cotidiano em exposição
Raul Mourão, um dos nomes mais relevantes da arte contemporânea brasileira, estreia sua primeira exposição individual em Florianópolis com “Circuito Inferior”. (Foto: Divulgação)

Publicado em 07/08/2025

No dia 9 de agosto, às 14h, o Centro Cultural Veras, em Florianópolis, inaugura Circuito Inferior, primeira exposição individual de Raul Mourão na cidade. A mostra apresenta um conjunto expressivo de esculturas criadas ao longo de 35 anos de trajetória, com curadoria de Josué Mattos.

Reconhecido no Brasil e no exterior por uma obra que transita entre escultura, instalação, vídeo, desenho e texto, Mourão conduz uma pesquisa plástica profundamente enraizada na experiência urbana. Suas esculturas nascem da observação cotidiana da cidade, de seus ritmos, tensões e improvisações — e são atravessadas pelas questões estéticas, sociais e políticas que as dinâmicas socioculturais nos impõem.

O título da mostra faz referência ao conceito de “circuito inferior”, formulado pelo geógrafo Milton Santos para descrever os fluxos da economia informal, os pequenos comércios e os modos de existência que operam à margem dos grandes sistemas corporativos. Para o curador Josué Mattos, “seja na cadeira aprisionada, no cachorro de pedras, no automóvel estanque contra a parede ou no movimento vulnerável da estrutura de metal sobre a unidade construtiva, Mourão conduz a percepção do público a uma malha complexa que sustenta o funcionamento urbano. Ao ativar formas e materiais associados à arquitetura, aos mecanismos de segurança e à mobilidade das ruas, suas esculturas incorporam o jogo e a contenção como meio de revelar como o corpo social se acomoda, resiste e se reinventa diante de forças que regulam a sobrevivência cotidiana”.

Ao reunir peças produzidas em diferentes momentos — algumas recentes, e outras inéditas de até três décadas atrás (Ovo-violão e Bicho/Cano-Balde de 1990) — a exposição propõe um percurso sensorial e reflexivo sobre como formas geométricas e estruturas físicas podem carregar e reconfigurar sentidos. A produção de novos significados para o que é ordinário é um traço fundamental no trabalho do artista: Mourão desloca elementos da paisagem urbana, extrai gestos do cotidiano, e os reencena em esculturas que oscilam entre o rigor construtivo e a força simbólica do improviso.

“Não há imagens nem suportes bidimensionais: são peças físicas, espaciais, algumas de parede. O conjunto reúne obras criadas de forma independente, com grandes intervalos de tempo entre si”, explica o artista.

Circuito Inferior convida o público a uma escuta sensível — das obras, dos espaços, dos silêncios e deslocamentos que se produzem entre eles. A abertura contará com a presença do artista, que conduzirá uma visita guiada pela exposição.

 

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Da redação

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