Quando a escola é o lar
Esta coluna é dedicada a compartilhar relatos e dicas de viagem dadas por estudantes de diferentes idades que estão no momento vivendo experiências de estudo no exterior
Manuela escolheu a cidade de Londres para viver seu intercâmbio. Seu desejo de morar um período na Europa encontrou um aliado certeiro na Cats College de Londres. A localização privilegiada, no centro da cidade, e o caráter de escola internacional, com um número relativamente pequeno de estudantes, pesaram na sua decisão. Ela viajou com a intenção de passar um semestre vivenciando uma experiência única: morar na própria escola! Segundo ela, está sendo diferente do que havia imaginado, mas “diferente no bom sentido”.
O que é, afinal, uma escola boarding? Trata-se de uma escola que, além da educação, provê moradia e alimentação aos seus estudantes. Esse modelo de escola tem longa tradição na Inglaterra, assim como nos Estados Unidos, e facilita a inserção de estudantes estrangeiros, além de normalmente ter foco na preparação para a entrada na universidade. Na escola da Manu, são em torno de 250 estudantes de diversas origens: russos, árabes, europeus, asiáticos, mexicanos, brasileiros. Ela conta que esse contato com outras culturas e nacionalidades a estimula a aprender outras línguas e modos de vida.
“Eu tinha uma ideia muito diferente de como seria morar em uma escola, achava que seria muito restritivo, mas o pessoal daqui é muito compreensivo e está preparado para dar o suporte necessário. Um ponto muito legal é morar com os seus amigos porque você nunca está sozinho e se precisar de algo pode pedir para eles. Se o seu iogurte acaba, por exemplo, você pode pedir para alguém”, relata ela, já habituada à nova rotina.
No dia a dia, acorda cedo e segue pra escola, que fica a 5 minutos da residência. Ao final do dia, se diverte com os amigos ou dá uma volta na região, em Russel Square ou Bloomsbury. Nos finais de semana, Hyde Park e Camden Market estão entre os passeios favoritos. Manu assumiu a dieta vegana, pois encontrou opções muito saborosas e acessíveis na cidade.
Dificuldades? Sim, a adaptação longe dos pais não foi fácil e nos primeiros dias sentia-se perdida na escola (são muitas escadas!) até perceber que não era a única nessa situação: “saber disso me trouxe conforto. Mas assim que eu fiz um grupo de amigos, tudo ficou muito mais legal”, comenta aliviada. Sobre o british lifestyle, Manu acha que os ingleses são muito educados e priorizam a saúde, com comida saudável e consciência ambiental. “Aqui já é costume usar sua própria sacola para ir ao supermercado”. Apesar de bem adaptada, Manuela ainda tem muito por viver e conhecer em Londres e já está pensando em estender o programa e seguir seus estudos por lá. Londres logo vai se tornar o seu segundo lar.
Por Marisa Naspolini com a colaboração de Manuela Felicio Dutra Pamplona
Serviço: Marisa Naspolini é especialista em educação internacional e dirige a Experimento Intercâmbio Cultural em Florianópolis. Manuela Felicio Dutra Pamplona, 16 anos, é estudante de High School na Cats College, em Londres. Em Floripa, estudava na Escola Autonomia. Siga-nos em @experimentofloripa