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Promessa do futebol: catarinense é a única menina a compor a categoria de base de um time masculino

Fotos: Divulgação

Publicado em 02/10/2020

O que você quer ser quando crescer? Quem nunca escutou essa frase quando criança levanta a mão. Enquanto a geração dos anos 80 sonhava com profissões mais tradicionais como médico, professor e veterinário e, normalmente acabavam vivenciando na vida adulta outras profissões, as crianças do século XXI são mais ousadas em suas escolhas e extremamente bem resolvidas desde os primeiros passos.

Chamadas de geração Alpha, estas crianças estão inseridas em um cotidiano rodeado por inovações tecnológicas e convivem em uma sociedade que está em plena reconstrução de valores. E, neste cenário, a tendência é que sejam muito mais independentes do que suas antecessoras, em que questões como o feminismo e a liberdade de ser quem você é ganham força frente a imposições antiquadas, que acabavam limitando muitos sonhos.

Um bom exemplo disso é a catarinense Natália Pereira que, com apenas 11 anos, já é uma promessa do futebol feminino e carrega em seu currículo um importante título: é a única menina a compor a categoria de base de um time masculino de futebol profissional no Brasil, o Avaí. Sem medo de qualquer bola dividida com os meninos, com quem treina desde o ano passado pelo clube, investe pesado nas disputas em campo mirando no desejo de ser profissional. “Eu acho que já nasci com esse sonho. E pelo que meus pais contam, desde sempre sou apaixonada por bola. Quando eu tinha uns 3 anos eu queria jogar futebol porque queria imitar o meu irmão. Mas profissional, jogando para valer mesmo, acho que foi com uns 7 ou 8 anos”, explica Nati.

E não para por aí, a menina do laço como é nacionalmente conhecida, também é atleta UMBRO Brasil e embaixadora da Copa Floripa Brasil, um dos mais importantes campeonatos de futebol infanto-juvenil do país. Consolidado como o maior Torneio Infanto-Juvenil do Sul do Brasil, a disputa reúne mais de 500 equipes e 7.000 atletas, em uma experiência única e que desde o ano passado passou é o único torneio a incluir uma categoria feminina na competição. 

Manezinha de Florianópolis, Nati tem como marca registrada o sorriso largo e um drible de dar inveja a muito marmanjo. De criança só a idade e a baixa estatura, por que a força do chute e a determinação é de uma verdadeira veterana dos campos. Que para não ter seu desempenho prejudicado pela pandemia, manteve sua rotina de treinos específicos e funcionais em dia. Mesmo que para isso fosse necessário improvisar na sala de casa um espaço fitness. “Por mais maluca que a ideia pareça, as crianças deveriam sempre ser incentivadas a seguir os seus sonhos. Mesmo que isso não seja para o resto da vida, é muito legal poder fazer aquilo que a gente gosta. E claro, o apoio da minha família ajuda muito, já que não consigo imaginar a minha vida longe da bola”, destaca a atleta.

Como tudo começou

A bola sempre foi o seu brinquedo preferido. Desde pequena ao invés de brincar com bonecas, como é o interesse mais comum entre as meninas, Nati tinha paixão pelo futebol. Tanto que aos 5 anos de idade seus pais a matricularam em uma escolinha para começar a praticar o esporte. Só que ela queria ir além e competir. Foi então que em 2018 disputou a Liga Metropolitana de Futsal – era a única jogadora entre cerca de novecentos garotos. Entretanto, uma fratura no pé a tirou das quadras. Mas, como desistir não é uma opção para esta pequena atleta, em janeiro de 2019 Nati passou em uma peneira no Avaí e se tornou a primeira menina a integrar as categorias de base de um clube da série A do Campeonato Brasileiro jogando com os meninos. Destaque pela habilidade com a bola no pé, a pequena gigante tem como inspiração ninguém menos que a jogadora brasileira Marta Vieira da Silva. Com quem sonha ainda poder “bater uma bolinha”. Para saber mais sobre os sonhos e a trajetória da Nati, segue ela no Instagram - @nati_fut14.

Acesse AQUI para assistir ao vídeo sobre a história da Nati no Avaí.

Da redação