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Possível desativação da UPA SUL Rio Tavares teve audiência pública na ALESC
Representantes do setor de saúde, lideranças de movimentos sociais, populares e autoridades marcaram presença na iniciativa que foi proposta pelo deputado Marquito (Psol)

Dep. Marquito (C) presidiu a mesa, que contou com a presença de representantes da saúde estadual, municipal, ministério público estadual, do Conselho Distrital de Saúde do Sul da Ilha e do ver. Renato da Farmácia. Na tela ao fundo, o médico sanitarista Felipe Reque, do Min. da Saúde, que participou online da audiência (Fotos: AgenciaAL)

Publicado em 12/06/2024

Os impactos da desativação da Unidade de Pronto Atendimento do Sul de Florianópolis (UPA SUL), localizada no bairro Rio Tavares,  motivou a audiência pública promovida na noite desta terça-feira (11) pelo Parlamento, que lotou o Plenarinho do Palácio Barriga Verde, na Capital.

Entendimento 

Como explicou o deputado Marquito, presidente da mesa na audiência, o Parlamento atendeu a solicitação do Conselho Municipal de Saúde e do "Movimento UPA SUL Fica".  “Há uma manifestação clara da população do Sul da Ilha, contrária à desativação da UPA do Rio Tavares e hoje estamos aqui para entender o motivo dessa ação, empreendida pela prefeitura da Capital”, pontuou, deixando claro que a sociedade não é contra a inauguração do Multihospital de Florianópolis, construído no Carianos. “Investimentos em saúde são sempre importantes. Mas, o que não entendemos, é justamente a proposta do Executivo Municipal em desativar a UPA Sul no Rio Tavares e transferir toda a sua estrutura para essa unidade no Carianos”, observou o parlamentar, que lamentou a ausência de representantes da Secretária Municipal de Saúde no evento.
 

Ele também informou que o próximo passo será envolver a Comissão de Saúde do Parlamento, por meio do seu presidente, deputado Neodi Saretta (PT), para buscar um diálogo e um entendimento efetivo com o Executivo Municipal.  “Não somos contra a abertura de uma nova unidade, mas queremos que a UPA Sul do Rio Tavares continue funcionando e atendendo a população da Capital”, defendeu.  

Participante da mesa, o vereador Renato da Farmácia (ex-lider do governo Topázio) lamentou não ter havido uma audiência pública na Câmara de Vereadores, "pois seria esta a maneira mais correta de escutar a população". Mesmo tendo sido protocolada pela oposição por mais de 4 vezes, a audiência não foi aprovada pela maioria dos vereadores, que fazem parte da base do governo. Renato fez o "mea culpa" por não ter apoiado esta demanda, mesmo tendo sido líder do governo.

Moradores contestam

A coordenadora do Comitê UPA Sul Fica, Ariadne Catarina Cardoso Telles, foi taxativa ao afirmar que a UPA Sul ocupa um lugar estratégico no bairro Rio Tavares. “Por estar localizada ao lado do Terminal, permite mobilidade e fácil acesso às pessoas que ali chegam”, observou.

Para ela, um ponto negativo para acessar a UPA do Carianos é justamente a dificuldade de mobilidade que a população tem para chegar até lá. “As pessoas estão demorando mais de uma hora para chegar até a UPA do Carianos.  Moradores que precisam utilizar a Upa do Carianos reclamam da falta de mobilidade urbana. Uma mãe, com um bebê chorando,  ficou mais de uma hora presa no trânsito, por conta do jogo do Avaí.  Por isso, estamos contestando essa mudança”, reitera, defendendo que a UPA Sul seja mantida no Rio Tavares. “Construíram um equipamento de saúde que não é acessível para o povo”, avaliou.

A manifestação de Ariadne foi reafirmada pelo coordenador do Conselho  Distrital de Saúde do Sul da Ilha, Gustavo Droguetti Lanza. “Essa medida da Prefeitura da Capital, de desativar a unidade do Rio Tavares, foi um total desrespeito ao poder deliberativo do nosso Conselho de Saúde. Não fomos ouvidos”, lamentou, informando que o Ministério Público já foi acionado pela entidade. “Agora aguardamos os próximos encaminhamentos, e que possamos ser ouvidos”, disse. 

Audiência pública no plenarinho da ALESC teve ampla participação popular. 

 

Transição gradual

O  gerente de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Cezar Anselmo Andreazzi, informou que a transição está acontecendo de um modo gradual e suave. “Os atendimentos ainda continuam no Rio Tavares.  Permanecem naquela unidade os atendimentos clínicos, de pediatria e de radiologia. O que foi passado na integralidade para a UPA do Carianos foram os serviços de odontologia, de pequenas cirurgias e o atendimento integral de clínica geral e de pediatria”, afirmou.

Andreazzi explica que não tem um prazo definido para que a unidade do Rio Tavares seja desativada efetivamente. “A Prefeitura ainda está avaliando o impacto com a população”, comentou.

Para ele, a nova unidade no Carianos vai resultar em um incremento de 50% no atendimento à população da Capital. “É uma unidade que tem 1,5 mil metros quadrados com oito consultórios. Um ambiente mais adequado”, informou.

Ele observa que manter a unidade no Rio Tavares vai depender da procura da população.  “Percebemos que houve uma queda na demanda”, disse.  “ Em 10 dias a redução chegou a um terço na UPA do Rio Tavares, ou seja, até o momento 120 atendimentos por dia. Na Carianos, contabilizamos 300 atendimentos por dia até agora”, informou. 

O que Andreazzi não soube explicar é como a unidade do Carianos será mantida, já que segundo o Coordenador-Geral de Urgência do Ministerio da Saúde, Felipe Reque, a nova unidade ainda não está homologada, e portanto ainda não poderá receber verbas federais, que só serão enviadas após esta homologação.      

O  Superintendente de Urgência e Emergência da Secretaria de Saúde Estadual, Marcos Antônio Fonseca, explicou que  o órgão não participou diretamente dessa decisão.  “Já que é uma decisão municipal. Mas nós organizamos todo o atendimento pré hospitalar, em relação ao SAMU e Corpo de Bombeiros”, informou.

Ao final, quando a audiência pública foi aberta para fala do público presente, a maior crítica foi sobre o possível fechamento da UPA do Rio Tavares, já que em função de sua proximidade com o teminal de ônibus, o acesso para a população é melhor e mais rápido que para a nova unidade no Carianos.

Na sua fala, o vereador da oposição, Afrânio Bopré, criticou a inauguração da UPA e  Multihospital dizendo ser uma medida eleitoreira, já que a unidade ainda não possui um plano de gestão de resíduos, nem licença ambiental e ainda não foi homologada pelo Ministério da Saúde.

Em relação à esta fala, o Coordenador-Geral de Urgência do Ministerio da Saúde, Felipe Reque, informou que a prefeitura fez a solicitação para a troca de localização das UPAs SUL, e que o processo está em andamento mas que ainda não foi finalizado.

 

Da redação

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