Palácio Cruz e Sousa será cenário para Roda de Benção
A benzedeira Camila Gomes encerrou a temporada no teatro, mas sua magia segue ensinando as pessoas a entenderem a benção que acontece dentro de cada um
Considerada a benzedeira mais jovem de Florianópolis, Camila Gomes segue circulando pela cidade com sua Roda de Benção, que saiu dos palcos do teatro para encontrar as pessoas em lugares como o Museu Histórico de Santa Catarina, com sede no Palácio Cruz e Sousa, no Centro da capital. Assim, além de conhecer mais sobre a cultura de Florianópolis, marcada pela tradição das benzedeiras, as pessoas ainda participarão de uma benzedura, prática que ajuda a entender a força da benção dentro de cada um.
As próximas datas para a Roda de Benção serão os dias 13/11 e 04/12, às 17h, quando Camila estará no MHSC, no Palácio Cruz e Sousa, para realizar as bençãos nas pessoas que estiverem presentes. “Estar no Centro da cidade e poder passar adiante a magia do bendizer, mostrando para as pessoas como acontece a Benção dentro de nós, é uma sensação muito gratificante e, também, um dos motivos de a Roda de Benção existir”, conta Camila.
Temporada 2024
Desde que a Roda de Benção se transformou em um espetáculo e foi para o palco do teatro da UBRO, em maio de 2024, muitas novidades marcantes surgiram na trajetória da Benzedeira. Se para o primeiro espetáculo foi preciso garantir uma bilheteria, para o segundo a produção pôde garantir ingressos gratuitos para toda a população.
Depois, Camila intuiu uma nova música e contou com a surpresa de ter a parceria do músico Luiz Meira na gravação da canção e no palco, inclusive cantando uma de suas músicas para um público super animado. Depois, a peça abriu espaço para a acessibilidade, ao conseguir contratar o tradutor de Libras Wesley Malta e, com essa bela iniciativa, a benzedeira encerrou a última apresentação da temporada.
Para realizar o espetáculo Roda de Benção com tradução em Libras, a Benzedeira também precisou entender como trazer a sinestesia da benção para uma pessoa com deficiência auditiva. “Em geral, nos voltamos para nossa intimidade para conseguir sentir a benção, mas as pessoas com deficiência auditiva precisam ficar atentas às instruções do tradutor de Libras. Então temos o desafio de trazer para o sinestésico uma imagem que está na palavra, não no som”, observa Camila. “E essa tem sido uma experiência inovadora e muito interessante”, conclui.
Em meio a tantas conquistas, Camila ainda foi escolhida para representar as benzedeiras de Santa Catarina em um documentário que está registrando essa tradição em diferentes estados do Brasil. “Fico muito feliz e agradecida por essa caminhada e tantas conexões que aconteceram durante os meses em que a Roda de Benção esteve em cartaz, em um palco, um espaço respeitável, em que a liberdade e a arte do encontro são sagrados”, reflete.
Roda de Benção
O monólogo Roda de Benção traz o saber ancestral para o contemporâneo de forma artística. Durante cerca de 50 minutos, o público conhece cantos, rezas, pode se conectar e entrar em contato com muita cura. Segundo Camila, essa é uma experiência a ser vivida em um ritual intuído e canalizado do ato de Benzer, desde o acolhimento, passando pela Benção, pela limpeza energética e pelo firmar da benção.
A direção artística do Roda de Benção, no palco, foi de Vanessa Garcia e toda a proposta cênica foi pensada para encantar, mas também para ir além da benção invisível com cenário, música e cenas que apresentam o ofício de benzer numa perspectiva mais artística.
Da redação
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