Os filmes que perderam para o “Ainda Estou Aqui”
Felipe Didoné, empresário e cinéfilo, diretor do Paradigma Cine Arte, faz uma análise de como são afinal os filmes que perderam a estatueta do Oscar para a obra brasileira. Você já assistiu a algum deles?

Passada a emoção de vermos pela primeira vez um filme brasileiro levar a tão sonhada estatueta do Oscar, vale analisar quem foram os concorrentes deixados para trás na disputa de Melhor Filme Internacional.
Dos quatro concorrentes, assisti a três deles, faltou apenas o dinamarquês “A Garota da Agulha”, filme que passou batido pelos cinemas brasileiros e foi direto para o streaming. Dos concorrentes a essa categoria era o menos falado pela imprensa especializada e por consequência o menos cotado ao prêmio.
A maior surpresa entre os indicados era a animação da Letônia “Flow”, que acabou levando a melhor animação. Sinceramente, eu não sei o que uma animação sem falas estaria fazendo nessa disputa. É um filme bem feito, com uma mensagem bonita, mas não deixa de ser infantil. Eu teria colocado na lista o tailandês “Como Ganhar Milhões Antes Que a Vovó́ Morra”, bem mais interessante. Mas a Academia deve saber o que faz.
O concorrente mais polêmico era o francês Emília Pérez, inicialmente favorito não só a Filme Internacional, mas também a Melhor Filme, tendo recebido 13 indicações no total. Bom, todos devem ter acompanhado como o filme se autodestruiu, mas o fato é que para muitos (e eu me incluo) o longa é chato, as atrizes não empolgam e o roteiro é cheio de furos.
Com 13 indicações e um enredo controverso, 'Emília Pérez' gerou debates no Oscar 2025.
Mas na minha opinião, se o critério fosse técnico, o mais forte concorrente de Ainda Estou Aqui seria a produção alemã̃, mas dirigido pelo iraniano Mohammad Rasoulof, “A Semente do Fruto Sagrado”. Esse já está na minha lista dos melhores filmes que assisti em 2025. Complexo, denso, um tapa na cara do regime opressivo do Irã. Se não tivesse o brasileiro na disputa, seria o meu favorito. Fazer cinema no Irã é colocar a vida em risco. Algumas das atrizes deste filme estão presas desde que o filme foi lançado e o diretor está exilado na Alemanha, depois de ter sido preso também e conseguir fugir do país. Esse tipo de situação acontece com qualquer filme que ousa questionar o regime. Fazer cinema nessas circunstâncias já deveria ser motivo de premiação.
Um filme complexo e denso, 'A Semente do Fruto Sagrado' faz uma crítica visceral ao regime iraniano.
Mas, enfim, fiquei muito satisfeito com o resultado da premiação, o filme e o Brasil mereceram esta estatueta. Acho que será́ uma virada de chave no cinema brasileiro e na cultura como um todo no país.
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Texto por Felipe Didoné.
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